Apesar da polarização, terceira via não está descartada, diz cientista político

Por Paulo Cesar Magella

26/02/2022 às 12h00 - Atualizada 25/02/2022 às 18h34

Embora os candidatos à presidência, exceção feita a Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula, estejam ainda na casa de um dígito na preferência dos eleitores, isso não implica, necessariamente, que a terceira via seja um projeto já fadado ao fracasso. Na avaliação do cientista político Raul Magalhães, é totalmente prematuro considerar que a eleição já esteja definida em torno dos dois candidatos. “Eleições no Brasil, sobretudo no momento de campanha, costumam reservar surpresas. Não é em absoluto raro que candidatos oscilem. Aliás, mesmo não havendo meios de uniformizar as pesquisas, já estamos observando algumas alterações”.

Cenário político ainda pode passar por mudanças

No entendimento do cientista político, apesar de a terceira via não ter se viabilizado, isso não significa que, em condições de campanha, com o eleitor olhando os candidatos disponíveis, vendo as mensagens, não possa eventualmente mudar de opção. “Não é possível cravar que o cenário das eleições já esteja definido agora em fevereiro”, acentuou.

PUBLICIDADE

Em Minas, eleição mudou em quatro dias

Nas eleições para o Senado, em 2018, os mineiros esconderam até a última hora a sua opção pelo Senado. A ex-presidente Dilma Rousseff liderou todas as pesquisas de intenção de voto até 48 horas antes do pleito. Quando saiu o resultado, a surpresa. Ela ficou em quarto lugar. Foram eleitos Rodrigo Pacheco – atual presidente do Congresso – e o jornalista Carlos Viana, possível candidato ao Governo de Minas.

Outsider, Zema derrotou políticos tradicionais

A própria disputa para o Governo foi uma surpresa. O governador Romeu Zema, na sua primeira experiência como candidato a um cargo público, passou boa parte do tempo no fim da fila das pesquisas, que apontavam, em alguns casos, a vitória, já no primeiro turno, do ex-governador Antônio Anastasia. Ele virou o jogo e venceu o pleito com um discurso outsider ante o desgaste do ex-governador e do então titular do Palácio, Fernando Pimentel, que sequer chegou ao segundo turno.

Paulo Cesar Magella

Paulo Cesar Magella

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade pelo seu conteúdo é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir postagens que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.



Leia também