Dia do Publicitário: lições do mercado para 2022
Tribuna conversou com profissionais da área que falam sobre como agir na profissão
Fugir da mesmice. Pensar fora da caixa. Desenvolver pensamento estratégico e buscar resultados. Estudar continuamente. Ter conhecimentos de cultura, estética, arte, comunicação e história. Oferecer experiência aos consumidores. Adotar o crossmídia como estratégia. Não são poucas as lições ensinadas pelos profissionais do mercado publicitário de Juiz de Fora para o ano de 2022 neste 1º de fevereiro, quando é comemorado o Dia do Publicitário. São centenas de profissionais que trabalham na área na cidade, criando campanhas para promover empresas, pessoas, produtos e ideias. Para marcar a data, a Tribuna conversou com cinco profissionais do mercado juiz-forana, que falam sobre suas experiências e contam sobre as novas tendências para 2022.
A publicidade é um campo de trabalho que demanda pessoas criativas e precisam estar sempre inovando, criando tendências no mercado. Uma característica que se acentuou nos últimos dez anos, com os profissionais experimentado a expansão da internet e das mídias digitais. Para trabalhar com uma área que está em constante mudança, a principal recomendação é abrir bem o leque de possibilidades e a mente para se surpreender. Marcos Villas Boas, sócio-diretor da República Comunicação, alerta que quem deseja seguir esse caminho não pode gostar de mesmice. “Você vai precisar estudar continuamente: o que estava certo ontem, já não vale pra hoje”, diz. Isso é o que o mercado quer, os consumidores e até mesmo as agências que buscam contratar novos profissionais.
Os publicitários podem atuar em atendimento, criação, mídia, marketing e pesquisa de público. Seja qual for a área escolhida, para os profissionais uma coisa é clara: é preciso ter muita vontade de aprender e paixão por se comunicar. De acordo com Nivaldo Alvarenga, CEO da Aria Publicidade e Internet, mesmo com todas as mudanças, há elementos fortes que se mantêm e algumas características que os profissionais sempre precisam ter. Em sua visão, por exemplo, é essencial que todos os publicitários tenham conhecimentos básicos de cultura, estética, arte, comunicação e história. Isso, para ele, não mudou. O que se alterou foi justamente “o meio e a linguagem”.
Mudanças nos últimos dez anos
A data de comemoração foi escolhida em 1966, quando essa profissão foi regulamentada por lei. Naquele momento, a publicidade era algo glamuroso e focado em “ideias mirabolantes”. Hoje, para Cristiano Coppus, diretor executivo da Go&Grow, o verdadeiro segredo é outro: os publicitários buscam, mais que nunca, resultados bem palpáveis para os clientes. Para ele, com todas as mudanças no mercado nos últimos anos, é preciso ter bastante pensamento estratégico e planejamento em todo esse processo criativo.
Sua experiência diz que a tradicional publicidade, direcionada a todos de maneira igual, já não é o que chama atenção no mercado. Cristiano conta que “o cliente precisa de um público mais específico e menos genérico. “Se você quer falar com todo mundo, acaba não atingindo ninguém.”
Os profissionais concordam que a grande responsável por essa mudança são as mídias digitais. Marcos Villas Boas explica que, nesse processo, quando a internet “deu poder de emissor ao receptor, todos passaram a poder influenciar alguém. A comunicação agora precisa focar em todas essas pessoas que podem servir de referência para a marca”.
Tendências 2022
Além da forte presença da internet e das redes sociais, Cristiano Coppus destaca que uma forte tendência do setor é que as marcas proporcionem experiências para os seus consumidores. Isso pode ser feito de maneira diferente e criativa, com o auxílio de todos os canais que estão disponíveis, pois, se antes, o anúncio chegava para todos nos mesmos canais e da mesma maneira, agora isso é completamente diferente.
Para Dennis Orru, diretor executivo da ArtWork propaganda, apesar de as mídias digitais serem indiscutivelmente importantes, é muito interessante para as empresas conseguirem alternar esses novos espaços com os mais tradicionais em um “mix de comunicação”. Ele conta que “a TV, o rádio e o jornal têm o seu espaço e sua linguagem, e devem ser usados. “Mas acho que para 2022 o que mais vale é pensar diferente, fora da caixa, dentro de uma boa estratégia.”
Marcelo Abrão, diretor da Support.Com, também percebe essa importância do crossmídia – um conceito que diz respeito justamente a contar uma história se adequando a diversos canais e seus modos de se conectar com o consumidor. Para ele, é muito necessário ter “dinamismo e ultrapassar barreiras nesse momento”.