Com “leveza e responsabilidade”, JF Vôlei inicia a defesa do título na Superliga B

Equipe local recebe o Minas Náutico neste sábado (22), às 18h, no Ginásio da UniAcademia, sem a presença de público


Por Bruno Kaehler

21/01/2022 às 07h00

Atual campeão da Superliga B Masculina, o JF Vôlei dá largada à defesa do título nacional neste sábado (22), contra o Minas Náutico, às 18h, no Ginásio da UniAcademia, no Centro da cidade, sem presença de público. O anúncio dos portões fechados, justificado pela pandemia, ocorreu na noite desta quinta-feira (20), após decisão conjunta com o Centro Universitário Academia (UniAcademia).

Enquanto o JF Vôlei carrega a fama de uma campanha invicta em 2021, o Minas Tênis Náutico Clube, equipe que conta com atletas de base do Minas Tênis Clube, venceu a Superliga C no final do ano passado, sem perder um set sequer.

PUBLICIDADE

Apesar de ser o atual campeão, o JF Vôlei foi completamente reformulado, seja pela valorização de profissionais que estavam no time na última temporada ou consequência da limitação financeira do projeto que, sem parceiros que assegurassem uma verba necessária para a disputa da Superliga A, teve que abdicar da vaga na elite para poder cumprir os pagamentos dos atletas e as despesas de logística.

Ginásio da UniAcademia será palco dos jogos do JF Vôlei como mandante nesta Superliga B, mas ainda sem público (Foto: Fernando Priamo)

As mudanças começam pela área técnica. Daniel Schimitz, 42 anos, está em sua sétima temporada no JF Vôlei e, após exercer as funções de preparador físico, auxiliar técnico e estatístico, aceitou a proposta de assumir o cargo de treinador pela primeira vez, em substituição a Marcos Henrique, o Marcão, que se transferiu para o Goiás, na elite nacional. Daniel conta com o apoio, na comissão técnica, dos auxiliares André Silva e Vitória Campos, além do supervisor Helder Zimmermann, do assistente e analista de desempenho Vinícius Castilho, emprestado pelo Campinas, dos preparadores físicos Rodolfo Granato e Filipe Cipriani, e do fisioterapeuta Ellison Barbosa.

Do elenco campeão, permaneceram o ponteiro Thiago Marques e o líbero Pedro Belizário, o “Mococa”, estes mais utilizados, além dos jovens formados pelo JF Vôlei, o levantador Kolber Aguiar, o ponta Emerson Almeida e o líbero Yan Foresti. Compõem o novo grupo os opostos Edwin Flores, André, Bryan e Índio, os levantadores Pedro Gregolin e Luis Rodrigues, os centrais Rayan Oliveira, Gabriel Pereira, Abenildes Junior e Pedrão, além do ponteiro Jardel.

Confira o elenco do JF Vôlei clicando aqui.

O mais experiente do time é o venezuelano Edwin Flores, 29 anos. Apesar disso, o grupo é mais uma vez jovem, com média de idade pouco superior à de 20 anos. À Tribuna, o ponteiro Thiago Marques, um dos remanescentes de 2021, afirmou que a pré-temporada foi importante, também, por conta destas mudanças no plantel. “Usamos pra conhecer os novos companheiros e aproveitamos para entrosar a equipe para estrearmos com força total”, comenta. Segundo ele, foi formada uma equipe “com muita energia e vontade de querer ganhar cada partida. Somos um time jovem e precisamos nos provar a cada jogo.”

Sistema de disputa

O formato da Superliga também mudou para esta temporada. Ao todo, dez equipes participam da competição. Além de JF Vôlei e Minas Náutico (MG), competem SMEL/ASPMA/Berneck (PR), Vila Nova/AEGB (GO), Vôlei Futuro/Araçatuba (SP), Niterói Vôlei (RJ), Aprov Chapecó (SC), Instituto Cuca (CE), Suzano Vôlei (SP) e Uberlândia/Praia Clube/Sada (MG).

Após jogos entre si em turno único, os quatro últimos são rebaixados à Superliga C, enquanto os quatro primeiros vão às semifinais, realizadas em melhor de três partidas. A decisão é em jogo único, e tanto o campeão quanto o vice sobem para a elite do vôlei brasileiro.

Foco, equilíbrio e holofotes

Conhecedor do caminho até o troféu, Thiago conta que é necessária regularidade em toda a temporada. “A trajetória do título se passa em todos os fundamentos. Não se chega nas finais da Superliga B com uma equipe desequilibrada e é isso que buscamos a cada treino e seguiremos a cada jogo.”

O conteúdo continua após o anúncio

Para o diretor técnico da equipe, Maurício Bara, uma campanha vitoriosa também demanda força no aspecto mental. “Passa principalmente pela consciência de não ter o próximo jogo, encarar cada partida como uma grande decisão. É o grande caminho. Nos outros anos não ganhamos, mas também tínhamos esse espírito e fizemos campanhas melhores do que projetávamos. Só falamos no Minas agora e, depois do sábado, passamos a pensar no Niterói”, destaca Bara. “E nessa Superliga B isso é ainda mais importante, porque só quatro passam e outros quatro são rebaixados, então a linha entre esses extremos é muito curta. Pode ser comum de um time na sexta posição, na última rodada, se vencer ir ao G4, mas, se perder, poder ser rebaixado.”

Já questionado sobre a maior visibilidade dos adversários diante da última edição irretocável da equipe juiz-forana, com título invicto, Bara afirma que será “um respeito natural pelo trabalho e pela conquista, mas, por outro lado, é outro campeonato. São outras equipes e jogadores diferentes. E quando a bola sobe, isso termina. Do mesmo jeito que ganhamos de equipes mais tradicionais em termos de nomes de atletas, os outros times vão querer ganhar da gente. Claro que vencer o atual campeão pode valorizar para eles, mas vejo como uma forma de respeito por esses anos de trabalho. Somos um time já de tradição no vôlei nacional.”

Segundo Thiago, o grupo deve encarar os holofotes pelo status de atual campeão também de forma equilibrada. “Acredito que devemos lidar com leveza, porém com responsabilidade e pensar jogo após jogo. Não tem como pensar em outra coisa que não seja estrear com vitória, que é sempre bom, porém tem uma equipe muito qualificada, que é o Minas, mas creio que vamos fazer um bom jogo e conseguir o objetivo.”

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.