Mudanças necessárias
O Terminal Rodoviário de São Dimas carece de uma série de investimentos, a fim de garantir conforto e segurança aos usuários; com a conclusão do Hospital Regional, volume de passageiros deve aumentar
Já não era sem tempo a abertura de edital para a concessão do Terminal Rodoviário de São Dimas, hoje sob uma gestão provisória, carecendo de uma série de investimentos. Com suas obras iniciadas no Governo Mello Reis e inaugurado na primeira administração Tarcísio Delgado, há tempos ele se tornou um espaço degradado, com o usuário tendo que conviver com situações como goteiras, insegurança e até mesmo falta de painéis com informações.
Pelo certame programado para o início de janeiro, quem vencer a concorrência terá que pôr em prática uma série de ações, como cobrir o estacionamento pago pelos usuários e a área de táxis, assim como trocar o telhado e melhorar a comunicação. Hoje o passageiro não tem a menor noção dos horários de ônibus, e ainda enfrenta o desconforto que se tornou uma realidade.
A mudança para o Bairro São Dimas se deu em razão da impraticabilidade do antigo local. A Rodoviária Régis Bittencourt ficava na confluência das Avenidas Getúlio Vargas e Rio Branco, no Edifício Adhemar Rezende de Andrade. Era moderna ao seu tempo, com a chegada dos ônibus se dando pela Rua São Sebastião e saída ora pela Getúlio, ora pela Rio Branco. Sua transferência provocou protestos, por causa da distância, mas o próprio passar dos anos garantiu a justificativa. O terminal atual é bem localizado e tem área de ampliação, mas carece de gestão, o que ora se espera da futura concessionária.
As cidades tendem a crescer para a periferia, levando junto diversos serviços antes concentrados na sua área central, bastando acompanhar a formatação dos bairros, alguns deles com perfil independente, com serviços e número de habitantes bem maior do que boa parte dos municípios mineiros, como são os casos de Benfica, Cidade Alta, Santa Luzia e Manoel Honório, para ficar só entre alguns.
A ligação do Terminal de São Dimas com essas regiões também deve entrar na agenda, a fim de facilitar o traslado dos usuários. No Rio de Janeiro, para melhorar a performance do Aeroporto Internacional Tom Jobim – na Ilha do Governador -, o Estado já pensa em criar uma linha de metrô ligando-o ao Centro do Rio. No caso de Juiz de Fora, os ônibus urbanos, que colhem a demanda de passageiros do Terminal poderiam buscar novos destinos além do Centro da cidade.
Pelo novo modelo urbano organizado pela Prefeitura, a região de São Dimas passará por mudanças substanciais, sobretudo a partir da Avenida Coronel Vidal, o que deve implicar, necessariamente, o acesso ao terminal, cujo fluxo também deve se ampliar com a esperada conclusão do Hospital Regional.
Há, portanto, motivos para se investir na nova formatação da rodoviária, a fim, também, de acompanhar a dinâmica do município. Mas há pontos que devem ser reconsiderados, como o próprio prazo de concessão, originariamente previsto em cinco anos. É pouco, o que pode afastar investidores que sabem, por experiência, que os resultados só ocorrem no médio e longo prazos.