Black Friday incrementa movimento na região central de JF
Data ganha importância para o comércio, mas consumidores ouvidos pela Tribuna relatam desapontamento com preços
A Black Friday levou os consumidores juiz-foranos às ruas, principalmente na região central, nesta sexta-feira (26). Ao longo da manhã, a Tribuna esteve nos principais pontos comerciais de Juiz de Fora e notou a movimentação incrementada na segunda data que mais gera vendas no país, mas que também carrega reclamações de parte dos consumidores com os preços. O interesse da data também motivou operações especiais de órgãos de defesa do consumidor no município durante o dia.
Longas filas dentro das lojas e movimentação acima do normal no comércio marcaram a manhã de Black Friday em Juiz de Fora. Com os descontos anunciados, as lojas da cidade oferecem promoções para aqueles que desejam aproveitar o momento. Esse é o caso de Sheila Castro, que resolveu usar a oportunidade para comprar presentes de Natal por um preço menor. “Consigo preços melhores que em dezembro, e já deixo tudo resolvido antes do final do ano”, explica.
Antônio da Silva também passeou por algumas lojas no centro da cidade e anotou preços antes de adquirir seus eletrodomésticos. Ele diz acreditar que as promoções desse setor são as mais significativas, e, por isso, esperou pelo dia de descontos para comprar o que precisava. Apesar de ter feito compras na cidade, o consumidor aponta que sente que os descontos estão maiores em lojas on-line. “Tem muita coisa que ainda preciso comprar e vou optar por escolher na internet por conta dos preços”, afirma.
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Rafaela Souza e Fátima Garcez, mãe e filha, também foram às lojas neste momento. Elas não fizeram nenhuma compra que estivesse com os descontos da data, e notaram que há muitos produtos em que realmente não houve alteração. Outra questão observada pelas duas foi a aglomeração no Centro, com filas compridas e sem distanciamento entre os indivíduos.
A Tribuna conferiu que muitos consumidores estão questionando se os valores realmente apresentam um desconto expressivo, e apontam que a alta dos preços é o principal motivo para ainda não terem feito compras. Foi exatamente o que percebeu Jandelamar Ribeiro, que, apesar de ter adquirido alguns itens, notou discrepância em relação aos descontos dos anos anteriores. “Antes os preços realmente valiam a pena, agora não tenho certeza”, diz.
Desde que o dia começou, a motorista de aplicativo Ângela Santos afirmou que a demanda por carros tem aumentado em direção ao centro. Ela observou uma piora no trânsito, e diz que “ainda mais com a diminuição do número de motoristas de aplicativo, estamos demorando a conseguir atender os passageiros”.
Procon e Sedecon vão às ruas
A grande demanda gerada pela Black Friday também torna a data mais propícia para problemas entre vendedores e compradores, mobilizando a Agência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-JF). Ao longo do dia, agentes do órgão fazem ações em pontos estratégicos do município, além de atender a população com o “Procon móvel”, que ficará posicionado na Rua Halfeld.
A data também leva o Serviço de Atendimento ao Consumidor (Sedecon) da Câmara Municipal a ter funcionamento diferenciado. Nesta sexta, o Sedecon oferece atendimento na porta da Casa Legislativa para consumidores que tiverem dúvidas durante as compras. “O Sedecon, até por sua característica, tem função orientativa ao consumidor para evitar golpes. Estamos oferecendo um atendimento especial para as pessoas que tiverem dúvidas, para que, de imediato, a gente possa resolver alguma questão que surja”, explica o coordenador do Sedecon, Eduardo Schröder.
O coordenador do órgão lembra, ainda, que as semanas finais do ano são tradicionais pelo alto apelo comercial, o que demanda atenção do consumidor para evitar gastos desnecessários. “Não há justificativa para você comprar afoitamente um produto que não estiver com desconto (…). Neste momento, o mais importante é as pessoas pensarem que as contas de final de ano estão chegando, os que comprarem agora podem estar fazendo endividamento desnecessário, comprando produtos que não precisam só pela sedução do preço”, orienta Schröder. Possíveis cobranças extras a depender das formas de pagamento, a disponibilidade de troca do produto e o prazo de entrega são três temas que carecem de especial atenção, segundo o coordenador.