Melhor prevenir

A volta à normalidade é uma necessidade, mas ela deve se dar com todos os cuidados, para evitar uma nova onda de Covid no país


Por Tribuna

26/11/2021 às 07h00

O aumento de casos de Covid na Europa, especialmente na Alemanha, onde mais de cem mil pessoas já morreram, não pode ser ignorado pelas autoridades brasileiras a despeito do avançado número de vacinados no país. Em São Paulo, 100% da população adulta já está imunizada. Em Minas, os números são próximos, mas é fundamental investir na vacinação dos adolescentes.

É fato que as regiões mais afetadas têm um expressivo contingente de não vacinados, ora por convicções religiosas, ora por questões meramente pessoais, mas, como prevenir é melhor do que remediar, é importante ficar atento, a fim de garantir que a volta ao normal seja segura, mesmo lenta, e gradual.

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Com os eventos de fim de ano e, especialmente, o carnaval, na virada de fevereiro para março, as aglomerações tornam-se uma tendência natural, daí a importância de cuidados especiais. Em torno de 20 cidades do interior paulista já cancelaram o carnaval, enquanto Cabo Frio, o principal balneário dos juiz-foranos, cancelou a queima de fogos na virada do ano.

O Brasil só deu conta da Covid depois do Carnaval de 2020. Enquanto a Europa e a Ásia – a começar pela China – davam os primeiros sinais, ao Sul do Equador, tudo seguia pela normalidade até que começou a tragédia, aguçada pelo viés político que se deu durante o seu enfrentamento. É fato que, com a imunização, o cenário deve ser outro, mas para isso é necessária a complementação do processo de vacinação, que, provavelmente, já a partir de 2022, deve se tornar sazonal, como ocorre no combate à gripe.

Depois de dois anos em que a economia pagou um preço além da conta e o setor produtivo enfrentou uma de suas maiores crises – assim como o setor de eventos -, as ações governamentais devem se voltar para projetos que garantam que tudo será diferente daqui por diante. A despeito das eleições gerais, que costumeiramente aguçam o discurso dos candidatos, todos devem ter o olhar comum contra a pandemia. O preço pago pelo descompasso entre as instâncias de poder foi muito alto.

Nos primeiros ensaios, os pré-candidatos à Presidência da República e aos governos estaduais não fizeram qualquer abordagem sobre a pandemia, como se fosse uma questão apartada do dia a dia do país. Ledo equívoco. O tema tem que continuar na agenda, a fim de garantir que a nova onda que ora afeta o Hemisfério Norte seja um mero acaso, fruto, paradoxalmente, da falta de consciência do chamado primeiro mundo.

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