Em nome dos usuários
Porta de entrada para a cidade, o Terminal Rodoviário de São Dimas carece de investimentos para garantir a eficiência que dele se espera
Projeto iniciado na gestão Mello Reis (1977/1982) e concluído no primeiro mandato de Tarcísio Delgado (1983/1988), o Terminal Rodoviário de São Dimas há tempo carece de investimentos. Quando de sua concepção, recebeu críticas pelo seu tamanho e pela distância do Centro da cidade, sobretudo pelos passageiros acostumados à antiga rodoviária, na confluência das Avenida Rio Branco e Getúlio Vargas, nas proximidades da Praça do Riachuelo.
A cidade mudou, e o que era longe hoje é necessário ante a impossibilidade de tantos ônibus na área central. Quanto ao tamanho, o novo espaço é ideal para abrigar a demanda, mas é sempre importante olhar para o futuro. As áreas desocupadas abrigavam outros serviços.
A audiência pública, na última quinta-feira, jogou luzes numa questão que já tinha motivado um expressivo número de reclamações. Os problemas saltavam aos olhos não apenas na questão da limpeza, mas também na precariedade de equipamentos e segurança. Uma cidade do porte de Juiz de Fora deve ter um terminal rodoviário que atenda com qualidade o fluxo de passageiros, pois a primeira impressão é a que fica.
A demora numa nova licitação, que estaria em fase de estudos desde o mês de março, se justifica pela mudança de governo. Um edital deve ser uma peça com todos os detalhes, para evitar insegurança jurídica e descumprimento de medidas necessárias para o móvel da concorrência, mas, mesmo assim, não deve demorar mais tanto tempo por conta da necessária mudança.
Um dos pontos a serem considerados é o prazo inicial de dez anos. Para o devido retorno de investimentos, ele é discutível, bastando comparar com outros certames que preveem prazos maiores, até mesmo para atrair investidores. Em condições desfavoráveis, diversas licitações ficam desertas, como é o caso de obras viárias, como as da BR-440.
Como um bom negócio deve ser bom para os dois lados – de um lado o investidor e do outro a população -, o edital deve contemplar todos os pontos que ora carecem de medidas e tantos outros que podem surgir em futuro próximo.
Entretanto, até a definição do documento e sua execução, os pontos levantados na audiência precisam ser atacados, principalmente agora, quando a concessionária foi informada sobre as preocupações dos usuários. Os vereadores, por força do mandato, devem continuar insistindo na fiscalização – sem precisar avisar – até que tudo se resolva. Afinal, todos ganham quando o principal personagem, o usuário, fica satisfeito.