Saiba como não cair em golpes bancários nesta Black Friday

Febraban e Procon orientam que consumidor tenha atenção redobrada com as principais irregularidades: criação de páginas falsas que simulam e-commerce, promoções fraudulentas e perfis falsos em redes sociais


Por Ester Vallim, estagiária sob supervisão da editora Fabíola Costa

14/11/2021 às 07h00

Uma pesquisa feita pela Agência Conversion, com 400 consumidores brasileiros, mostrou que a projeção para a Black Friday deste ano é que haja um aumento nas vendas em comparação com a data em 2020. Segundo o levantamento, 87,75% dos entrevistados responderam que pretendem aproveitar as promoções do mês de novembro, enquanto, no ano passado, 76,5% deles fizeram alguma aquisição no período. Apesar do aumento esperado, a pesquisa ainda aponta uma possível mudança no perfil dos consumidores. Aqueles que foram obrigados a comprar por meios eletrônicos no ano passado, por conta do fechamento do comércio em função da pandemia, agora devem continuar comprando on-line por escolha própria. A expectativa é que esses clientes encontrem um mercado com meios eletrônicos mais maduros, diante das lições aprendidas no último ano.

Mesmo com o amadurecimento dos empresários e dos consumidores em relação às compras pela internet, ainda é necessário atenção na hora de fechar um negócio. Principalmente, porque muitos golpistas aproveitam a empolgação dos clientes com o grande volume de ofertas e descontos para cometer crimes, principalmente o furto de dados pessoais. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) o alerta está, principalmente, nas abordagens consideradas mais recorrentes, como a criação de páginas falsas que simulam e-commerce, promoções fraudulentas e perfis falsos em redes sociais.

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Para não ficar no prejuízo e manter os dados pessoais e bancários seguros, a Febraban divulgou algumas orientações. Ao utilizar sites de busca, por exemplo, o cliente deve verificar, cuidadosamente, o endereço (URL) para garantir que se trata do site que ele deseja acessar. É importante dar preferência a sites conhecidos ou verificar a reputação dos desconhecidos, através da leitura de comentários de clientes que já utilizaram as plataformas. Também é fundamental não clicar em links desconhecidos e desconfiar das promoções com preços muito menores que o valor real do produto. Não preencher formulários com dados pessoais para ter acesso às promoções da Black Friday, além de dar preferência ao uso de cartões virtuais para fazer compras on-line são outras orientações da federação.

Outras dicas ainda orientam o consumidor a sempre conferir o valor na maquininha de cartão antes de digitar a senha bancária. Na compra por boleto, deve-se conferir quem é a empresa beneficiária. Se o nome for diferente da marca ou empresa onde a compra foi feita, a transação não deve ser concluída. O consumidor nunca deve usar um computador público ou de um estranho para efetuar compras e digitar dados bancários. Por fim, deve-se sempre usar no computador ou smartphone softwares e aplicativos originais, mantendo um antivírus atualizado.

Atraso ou não entrega do produto são principais queixas no Procon

O gerente do Departamento de Atendimento do Procon/JF, Magno Alexandre dos Santos, afirma que as infrações mais registradas no período da Black Friday são relacionadas ao atraso nas entregas ou a não entrega dos produtos, descrição incorreta da mercadoria, falta de nota fiscal e produtos com defeitos. Ele lembra que, “de acordo com o artigo 49 do Código de Defesa do Consumidor, o cliente pode desistir do contrato no prazo de sete dias, a contar da assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço e sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio”.

De olho nas promoções durante todo o mês

É cada vez mais recorrente lojas e estabelecimentos começarem a expor preços promocionais e liquidações ainda no início do mês de novembro, o que também aumenta a adesão de uma parte do público. De acordo com a pesquisa da Conversion, 72,65% dos entrevistados esperam iniciar suas compras assim que as promoções começarem a aparecer, enquanto apenas pouco mais de 27% esperarão pelo dia 26 de novembro.

Entretanto, é necessário atenção, já que muitas empresas utilizam a chancela da Black Friday para atrair clientes, mas não fornecem reais descontos e promoções. Magno explica que o consumidor deve começar a pesquisar os preços dos produtos de interesse pelo menos um mês antes da data, para acompanhar as variações e constatar se, de fato, há vantagens em adquirir o produto com valor promocional. “Através de pesquisas dos produtos em diversas lojas é possível perceber a variação de preços. Além disso, antes de comprar um produto ou contratar um serviço, o consumidor deve ler atentamente o anúncio e lembrar-se que informações e condições importantes costumam ser colocadas no rodapé da propaganda.”

Se o cliente identificar lojas que estão divulgando preços promocionais, mas não estão reduzindo verdadeiramente os preços, é importante fazer uma denúncia ao Procon para que sejam tomadas providências. “O Procon vai averiguar as informações fornecidas pelo consumidor e, caso seja verificada alguma irregularidade, poderá ser aberto processo administrativo contra o fornecedor”, explica o gerente de Atendimento.

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Celulares são os itens mais desejados nessa Black Friday

A pesquisa ainda aponta que um dos itens mais desejados pelos consumidores este ano são os celulares, que representam 66,67% das intenções de compra dos entrevistados. Os eletrônicos e os eletrodomésticos aparecem com 60,68%. Em seguida, está a categoria de moda e acessórios, com 40,46%. Calçados (40,46%), casa e móveis (25,93%) e cosméticos (23,36%) também aparecem no levantamento. A categoria de turismo e viagens está na lista com apenas 12,82% das intenções de compra na Black Friday.

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