A Superliga vem aí! Mas sem o JF Vôlei

O coração dói ao saber que, mesmo com a vaga de acesso garantida, o JF Vôlei não estará entre as 12 equipes participantes


Por Juliana Netto

21/10/2021 às 07h00

Uma notificação de e-mail apitou no meu computador na sexta-feira passada, e só aí me dei conta: com a divulgação da tabela da Superliga, anunciada através de release enviado pela CBV, era dado mais um passo para a nova temporada da principal competição de vôlei do país.

E o coração doeu novamente ao saber que o JF Vôlei não estará entre as 12 equipes participantes. Com a vaga assegurada dignamente dentro das quadras, com o histórico título invicto na Superliga B, de 12 vitórias em 12 jogos, os juiz-foranos, sem verba suficiente, não tiveram outra opção a não ser renunciar ao torneio.

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Já escrevi aqui outras vezes no peso negativo que isso traz à cidade. Afinal, sustentar uma equipe de vôlei não requer investimentos astronômicos. Pouco mais de R$ 200 mil já seriam suficientes para montar um elenco qualificado, segundo cálculos feitos pelos dirigentes do JF Vôlei. Mas, desta vez, a crítica não fica somente aos setores públicos e privados da nossa cidade que, mesmo com as leis de incentivo, com benefícios concedidos no ICMS e no Imposto de Renda retido, não tiveram interesse em investir na modalidade local.

Muito se discute as negociatas envolvendo os direitos de transmissão e cotas de TV dos times de futebol. No caso do vôlei, no entanto, pouco se fala sobre as baixas cifras repassadas às equipes. Uma questão que precisa melhorar para fazer caixa, sobretudo em elencos de menor expressão. Raros são os jogos vistos na TV aberta, o que dificulta ainda mais a captação de patrocinadores. Diante disso, a CBV começa a dar corpo ao pay-per-view, com a comercialização de pacotes que dão acesso às partidas não transmitidas, mas ainda longe do ideal. Faturamento pequeno, mas que também poderia agregar ao orçamento dos clubes.

É verdade que, na maioria das temporadas disputadas pelo JF Vôlei na elite, poucas foram as vezes que o grupo não sofreu, seja financeiramente, seja por pontos nas tabelas ou as duas coisas juntas. Mas, ainda assim, era gostoso saber que a cidade receberia grandes equipes e atletas de peso do voleibol nacional e até mesmo de fora do país. Garantido o acesso, a expectativa, depois dos três anos na liga B, era de reviver esses bons momentos. Mas não será assim.

A partir do próximo sábado, viveremos de uma Superliga a distância, desejosos de que um dia ela volte para JF. Ou que JF volte para ela.

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