Irmãos são sentenciados a 42 e 59 anos de prisão por homicídio e tentativas

Dupla foi condenada por matar a tiros Stefany Martins da Silva, 19, e atentar contra a vida de quatro jovens; motivação seria rixa de bairros


Por Sandra Zanella

01/10/2021 às 17h25

Dois irmãos, de 21 e 27 anos, foram condenados a penas que, somadas, ultrapassam mais de 100 anos de prisão pelo homicídio a tiros de Stefany Martins da Silva, 19, e pela tentativa de assassinato contra duas adolescentes, ambas de 17 anos, e de dois jovens, de 20 e 22. O julgamento aconteceu quinta-feira (30) no Tribunal do Júri do Fórum Benjamin Colucci e foi presidido pelo juiz Paulo Tristão. Segundo a denúncia do Ministério Público (MP), as cinco vítimas estavam em um carro, quando foram cercadas por outro veículo ocupado pelos réus, na madrugada de 28 de dezembro de 2019, na Rua Salvador de Moura Fontes, no Bairro Santa Efigênia, Zona Sul de Juiz de Fora. Conforme o MP, a dupla desembarcou e abriu fogo contra o grupo, causando a morte de Stefany e ferimentos em uma das adolescentes e em um dos rapazes, que conseguiram correr e não foram alvejados em regiões letais. As demais vítimas, que não foram atingidas, haviam ficado escondidas no interior do automóvel.

O réu Leandro de Lima Fagundes, 21, recebeu pena de 42 anos e seis meses de reclusão, enquanto seu irmão, Lucas de Lima Fagundes, 27, foi sentenciado a 59 anos e seis meses, os dois em regime inicialmente fechado. De acordo com a Promotoria, os acusados agiram por motivo torpe, relacionado à rivalidade entre grupos dos bairros Jardim Gaúcho, Vale Verde e Sagrado Coração; e também impossibilitaram a defesa das vítimas, ao surpreendê-las com os disparos, “em ação sorrateira e inesperada”. O Conselho de Sentença os condenou na forma em que foram pronunciados.

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Segundo a sentença, os irmãos são conhecidos no Jardim Gaúcho por envolvimento com o tráfico de drogas e teriam assumido o risco de cometimento dos cinco crimes. Eles estão presos e tiveram negado o direito de recorrerem em liberdade. Para essa decisão, o magistrado considerou a gravidade dos fatos e a motivação por brigas de grupos rivais de bairros, além de as vítimas sobreviventes terem declarado temerem por suas vidas, “por se tratar de pessoas perigosas que aterrorizam a comunidade”.

As investigações da Delegacia Especializada de Homicídios revelaram, na época, que os tiros recebidos por Stefany seriam destinados ao rapaz de 20 anos, que ocupava o carro junto com ela e teria desavenças com os irmãos, por causa de rixa entre gangues. A jovem chegou a ser socorrida e encaminhada para o hospital, mas morreu no início de janeiro de 2020.

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