Apoiadores do movimento Escolas Abertas se reúnem em frente à Câmara

Em dia de audiência pública que discute o assunto, grupo protesta pelo retorno às aulas


Por Mariana Floriano, estagiária sob supervisão da editora Juliana Netto

17/08/2021 às 17h43- Atualizada 17/08/2021 às 18h56

Em frente a Câmara Municipal de Juiz de Fora (CMJF) professores, pais e mães apoiadores do movimento Escolas Abertas se encontraram, na tarde desta terça-feira (17) para acompanhar a audiência pública que discute o retorno das aulas na cidade. Com cartazes dizendo “a infância não pode esperar” e “em luto pela educação”, os apoiadores acompanharam a transmissão da audiência em um telão providenciado pelo movimento e colocado em frente ao prédio. Conforme os pronunciamentos ocorriam, o grupo gritava palavras de crítica a Administração Municipal, que, até o momento, não decidiu pelo retorno presencial das aulas.

Certa de 60 pessoas se reuniram nas escadas do prédio. Com megafone, pandeiro e apito, os apoiadores fizeram barulho durante toda a fala da secretaria da educação, Nádia Ribas. A mãe e apoiadora da causa, Kamilla Agostinho, afirmou que se mobiliza não apenas para que seus filhos, estudantes de uma instituição particular, possam retornar às aulas, mas a favor de crianças que não têm condição financeira para adquirir os equipamentos exigidos no ensino remoto. “Vemos muitas crianças que não têm um celular, um computador. Eu venho aqui em nome de todas essas crianças, para que elas não tenham uma desigualdade ainda maior em relação aos que tem mais condição”.

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Joanita de Almeida, coordenadora da creche municipal do Bairro Santo Antônio, afirma que, com as creches e escolas fechadas, as crianças ficam na rua sujeitas a violência e ao tráfico. “Sem ter como ir a escola, as crianças ficam jogadas ao tráfico, sujeitas à violência doméstica, a abuso sexual, à mercê do perigo. Elas estando na rua ficam muito mais vulneráveis do que dentro das escolas, recebendo educação e alimento, o que já poderia ter sido feito desde janeiro, e até hoje não ocorreu”.

Cerca de 60 pessoas participaram do ato que pede pelas aulas presenciais em Juiz de Fora (Foto: Jéssica Pereira)

Grupo da oposição

A mobilização também contou com um reduzido número de opositores, membros do movimento Kizomba. A estudante Jordana Melo afirmou que o grupo marca presença em apoio aos representantes que serão ouvidos na audiência. Segundo ela, é importante levar em consideração a saúde de todos os trabalhadores que estarão envolvidos na reabertura das escolas, como a equipe da limpeza, administração e transporte. “Nós, como representante dos estudantes, queremos voltar a estudar e produzir conteúdo, mas nossa prioridade é a saúde, a campanha de vacinação, para que ocorra um retorno seguro para todos e não apenas para uma minoria”.

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