Investimentos em Juiz de Fora

Ora, se trata do contrário: desinvestimento, se é que essa palavra existe. Em Juiz de Fora, ela existiu, e o contrário não acontece há muito tempo


Por Samir Wady Rahme, médico e maestro

15/08/2021 às 07h00

Em maio de 2020, o governador Romeu Zema anunciou investimento de fábrica de lítio em Juiz de Fora, em um dos galpões que anteriormente fora ocupado pela Mercedes-Benz. Trata-se de uma unidade de um forte grupo inglês chamado Oxys, e, na ocasião, investidor e Governo de Minas Gerais justificaram a escolha pela localização e também pela atividade universitária local.

Sem dúvida, com o rápido crescimento dos veículos com zero emissão de carbono, Juiz de Fora seria novamente pioneira no desenvolvimento do país, assim como ocorreu no passado. Antes desse anúncio, a região já havia sepultado investimento do grupo M. Dias Branco, que aqui faria uma grande fábrica de alimentos, uma grande fábrica de carroceria de ônibus e tantas outras.

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É interessante notar que o Poder Público de Juiz de Fora dos últimos 20 anos pouco se incomodou com a estagnação econômica do município. Após Mello Reis, nenhum prefeito se preocupou em criar novas áreas para recepção de novos investimentos. O que acontece? Não precisa ser professor para ensinar que, sem investimentos, nenhuma cidade se desenvolve, e, no caso de Juiz de Fora, devido à lamentável guerra fiscal, vimos uma debandada de pelo menos 150 indústrias para o vizinho estado do Rio de Janeiro.

O que isso tem a ver com a cidade? Ora, se trata do contrário: desinvestimento, se é que essa palavra existe. Em Juiz de Fora, ela existiu, e o contrário não acontece há muito tempo. O governador esteve recentemente na cidade, fez anúncios vagos e não tocou no assunto da fábrica de baterias. O que está acontecendo? Vamos perder mais esse investimento?

A história mostra que o Estado de Minas Gerais errou ao concentrar a maioria das novas indústrias em torno da capital e, pelo jeito, vai continuar errando e não levando em consideração as potencialidades de nossa região. De minha parte, já escrevi para Oxys, para o Governo de Minas Gerais, e ninguém responde. Alguém tem uma pista do que acontece na cidade e com esse investimento? Antes tarde do que nunca.

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