Nada será como antes

Os diversos espaços sociais devem se preparar para o futuro, sobretudo pela clara evidência das mudanças que virão no pós-pandemia


Por Tribuna

16/07/2021 às 07h00

A melhora nos indicadores sanitários e o aumento do volume de vacinas apontam para um 2022 menos impactante do que os dois últimos anos, nos quais milhões de pessoas pelo mundo afora perderam a vida e economias importantes beiraram a debacle. Para tanto, porém, gestores públicos e privados precisam se preparar para um novo momento, pois está claro que nada será como antes, inclusive nas relações interpessoais.

Para esse momento, a preparação se faz necessária para garantir que essa nova inflexão não beire o caos. O mundo, em diversos momentos, passou por mudanças consideráveis, muitas delas resultando em atitudes importantes que determinaram rumos da humanidade. Teses e antíteses resultaram sínteses que se reverteram em avanços, e agora não deve ser diferente. O resultado das ações, ou inações, do momento será determinante para as próximas gerações.

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Um dos principais avanços está no mundo digital. As redes sociais ganharam nova configuração, e sua implantação é irreversível, mas são necessários processos civilizatórios na sua execução para garantir um mínimo de boa convivência entre os usuários. Hoje, a despeito de todos e importantes avanços que trouxeram, elas ainda são ferramentas para desconstrução de biografias, publicação de notícias falsas com fins deliberados e espaço para destilação de ódio. A discussão sobre o novo modelo deve ser, portanto, uma agenda permanente.

Em 2022 o país terá eleições gerais, com renovação no Congresso, nas assembleias legislativas e nos Executivos – exceção nas prefeituras -, e o espaço digital continuará sendo estratégico na campanha. Os comícios de palanque já ficaram para trás, e o acesso ao eleitor, agora, se dá de forma efetiva pela rede mundial. Há, é fato, o contato direto, mas este perde eficiência à medida que as redes se aperfeiçoam. E aí, de novo, entra o cuidado com o que estará em circulação. O eleitor deve ser preparado para aguçar seus sentidos, e não para ser usado como repassador de dados falsos.

A própria militância política precisa compreender esse novo momento. O trabalho das instâncias de poder passou a ser monitorado em tempo real, o que implica aperfeiçoamento também dos atores políticos. O eleitor ganhou um novo papel, bastando ver o acompanhamento das discussões nos parlamentos.

É fato que as mudanças não ocorrem de um momento para o outro, estando em curso há algum tempo, aguçadas pela pandemia e ampliadas no decorrer do tempo. Mas trata-se de uma questão que precisa avançar em diversas frentes, a fim de fazer desse novo momento bem melhor do que os tempos atuais.

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