“Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio” chega ao streaming pelo HBO Max

Longa é mais nova história baseada em casos paranormais investigados pelo casal Lorraine e Ed Warren


Por Júlio Black

15/07/2021 às 07h00- Atualizada 15/07/2021 às 09h30

Lorraine (Vera Farmiga) e Ed Warren (Patrick Wilson) tentam descobrir quem invocou o demônio que possuiu assassino (Foto: Divulgação)

“Invocação do Mal” foi lançado em 2013 e se tornou um dos maiores sucessos do cinema de terror da década, criando o seu próprio universo cinematográfico com uma continuação, em 2016, e longas derivados como “Annabelle”, “A freira” e “A maldição da chorona”. Baseados em casos reais que passaram pelas mãos do casal de investigadores paranormais Ed e Lorraine Warren, os longas têm como característica principal o chamado “jump scare”, que é basicamente ter toda sorte de criatura do mal pulando e atacando suas vítimas.

A mais recente produção da série, “Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio” (“The Conjuring: The Devil made me do it”, em inglês), porém, segue por outro caminho, e por isso mesmo tem dividido opiniões entre público e crítica. O longa estreou em junho nos cinemas brasileiros e chegou na última sexta-feira (9) ao serviço de streaming HBO Max, é o primeiro “Invocação do Mal” a não ter a direção de James Wan, que passou o serviço para Michael Chaves, de “A maldição da chorona”.

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O filme é baseado em uma das histórias mais conhecidas do casal Warren, quando pela primeira vez na história dos Estados Unidos uma pessoa acusada de homicídio se defendeu com o argumento de que estava possuída pelo demônio. Em 1981, Ed (Patrick Wilson) e Lorraine (Vera Farmiga) participam do ritual de exorcismo de uma criança (Jullian Hilliard) possuída pelo demônio; o problema é que o exorcismo que dá errado, pois o capeta ali presente passa para o corpo de Arne Cheynne Johnson (Ruairi O’Connor), namorado da irmã do menino. Pouco tempo depois, Arne mata um homem a facadas, e Ed e Lorraine conseguem convencer sua advogada a pedir sua inocência sob o argumento da possessão demoníaca, com a promessa de que encontrarão as provas de que o crime foi cometido com o diabo no corpo.

Ao contrário dos outros filmes da série, em que a ação se passa numa casa assombrada e com as criaturas sobrenaturais doidas para tocar o terror, em “Invocação do Mal 3” Ed e Lorraine precisam agir como detetives, no melhor estilo “Arquivo X”. Para provar a inocência de Arne Johnson, eles terão que descobrir quem invocou o demônio ao mesmo tempo que encaram os próprios dramas particulares: Ed teve um ataque cardíaco durante o exorcismo mal-sucedido, enquanto Lorraine começa a sentir o preço cobrado pela sua capacidade de transitar entre outros planos da realidade. A situação piora quando a pessoa responsável pela invocação demoníaca descobre que o casal está no seu encalço e resolve acabar com a dupla.

Menos terror, por favor?

Muitos fãs têm reclamado que o novo longa da franquia seria o mais fraco de todos, por se dedicar mais à investigação sobrenatural, suspense policial e dramas pessoais do que entregar aquilo que se esperava, que são os “bons e velhos” jump scares. As cenas que costumam fazer os fãs do cinema de terror irem aos cinemas são realmente poucas, resumindo-se à sequência inicial (a do exorcismo), a impressionante cena do necrotério e o confronto final, todas muito bem executadas.

Para essa turma, talvez seja perda de tempo explicar que a trama é baseada em fatos reais e que nos fatos reais não havia casa assombrada etc. e tal. Para os demais, vale ressaltar que a decisão da produção em investir na investigação, no suspense e nos dramas dos protagonistas e do acusado de homicídio e sua namorada dá a “Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio” um tom surpreendentemente intimista, com uma perspectiva para os filmes de terror que pode dar novo fôlego à série.

Se filmes de super-heróis investem em outros gêneros para não se repetirem, uma abordagem que não se acomode nos surrados clichês do “pula e assusta” pode fazer o mesmo pelo gênero.

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