Fim das obras
Resolver o impasse jurídico em torno das obras da BR-040 é fundamental para a retomada das obras paradas há anos e hoje à mercê do tempo
As informações prestadas pelo Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) à Tribuna em torno do futuro da BR-040, no trecho entre Juiz de Fora e Rio de Janeiro, são preocupantes, por não darem garantias formais sobre o que será feito para manter a qualidade da via, quando encerrar a gestão da Concer. A Agência estima o leilão e assinatura do novo contrato de concessão apenas em 2023, mas os estudos iniciados há quatro anos sobre o processo continuam sem conclusão.
Embora a Concer continue com a gestão, em decorrência de decisão judicial, a incerteza é o pior dos mundos para os usuários. Quando foram iniciadas as obras na Serra de Petrópolis, com a construção de um túnel de cerca de cinco quilômetros, todos apostavam no fim do suplício de subir a serra em meio a tantas curvas e concorrência com veículos de grande porte. Não fosse um impasse jurídico, a obra já teria sido concluída.
A privatização das rodovias foi o melhor investimento feito pelo governo na mobilidade, pois as que passaram para a iniciativa privada subiram de patamar. Embora não seja tão recente, é possível lembrar viagens para o Rio de Janeiro que duravam mais de quatro horas. Primeiro, quando o trecho de subida da Serra de Petrópolis era o mesmo para descida. Mesmo com a mudança em pistas distintas, a situação continua crítica. O túnel e os outros investimentos mudariam sobremaneira a viagem de Juiz de Fora à capital fluminense.
O possível leilão de 2023 não dá garantias de manter a gestão privada. O Dnit antecipou para a Tribuna que tem condições de fazer o serviço com a mesma qualidade, o que é discutível bastando ver as estradas sob sua jurísdição. A cidade é cortada pela BR-267 e tanto em direção à cidade de Leopoldina quanto no sentido Sul de Minas os trechos são críticos.
A Tribuna, em mais de uma ocasião, já apontou problemas na malha asfáltica, na falta de acostamento e na sinalização sistematicamente coberta pelo mato. Responsável por sua gestão, o Departamento não corresponde às expectativas dos usuários.
Se para tais ações há problemas, é pouco provável a conclusão das obras ora paralisadas na BR-040. O túnel é o ponto mais importante, mas vários elevados também foram paralisados e sua construção é estratégica para facilitar o trânsito. Haverá recurso suficiente para dar fim ao projeto ou, como ora ocorre, ele ficará à mercê do tempo? Com a palavra, o Governo.