Segunda dose
A conscientização coletiva é fundamental para conclusão do projeto de imunização da população brasileira até o fim do ano
Por desinformação, ou até mesmo por negligência, um expressivo contingente de brasileiros ainda não se apresentou para receber a segunda dose da vacina contra a Covid, o que aponta um problema sanitário de grande monta, pois os imunizantes adotados no país exigem, necessariamente, duas etapas, pois só assim estará assegurada a sua eficácia. Várias ações estão sendo desenvolvidas para busca desses personagens que se encontram na ilusão de estarem imunizados contra o coronavírus com apenas uma aplicação. Trata-se de um equívoco que leva a desdobramentos tipo pegou covid apesar de ter se vacinado. Há casos, é fato, de reincidências, mas são exceção e não a regra, daí a necessidade de encontrar esses personagens.
Para tanto, não basta as autoridades sanitárias irem à busca. Como os idosos são maioria nesse contingente, as famílias tem papel importante, devendo colaborar com ações simples, como a de conferir os comprovantes que todos recebem já na primeira dose, nos quais também está indicada a data de retorno. Para vencer essa guerra, todos devem se comprometer na jornada que ainda está longe de acabar, o que só será possível com dados consolidados de imunização, capazes de garantir uma volta segura ao novo normal.
Embora haja reconhecidos avanços, o país ainda está longe do patamar ideal, fruto, em parte, da omissão de segmentos importantes em investir em campanhas de mobilização pela vacina. Já está mais do que provado não haver outro caminho, enquanto a ciência não achar meios de prevenção contra a doença. Para tanto, as pesquisas estão em curso, mas não há no curto prazo nenhum projeto concretizado.
A vacinação contra a Covid, num futuro próximo, terá o mesmo viés da imunização contra a gripe, que se tornou uma medida a ser adotada de ano em ano, especialmente no período próximo ao inverno. A adesão coletiva é o grande desafio, a fim de garantir um cenário controlado nesse enfrentamento.
As lideranças governamentais fazem apostas de imunização de toda a população brasileira até o mês de outubro, numa versão mais otimistas, e até o fim do ano, com maior margem de segurança. A busca dos ausentes da segunda dose serão um projeto estratégico, pois a validade da imunização plena dos brasileiros só se concretizará se todos seguirem as recomendações em torno das duas aplicações.