Dia Mundial do Meio Ambiente


Por Wilson Acácio, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica dos Afluentes Mineiros dos Rios Preto e Paraibuna

06/06/2021 às 06h55

Em 2012 a Organização das Nações Unidas (ONU) publicou os 17 “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, com o desafio de cuidar do planeta e melhorar a vida de todos. É feito um apelo para que os objetivos sejam alcançados até 2030. Espera-se que até lá haja água limpa e saneamento; cidades e comunidades sustentáveis; indústria, inovação e infraestrutura; redução das desigualdades sociais, etc.

Em 2015 o papa Francisco lançou a Encíclica Ecológica, “Laudato si”, com o fundamento: que tipo de mundo queremos deixar a quem vai suceder-nos, às crianças que estão a crescer? Este interrogativo é a essência desta Encíclica. Já em 2017 a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou a Campanha da Fraternidade, com o tema: “Fraternidade: biomas brasileiros e a defesa da vida”. A igreja católica nos alertou para se preservar o meio ambiente, em especial os biomas brasileiros. Enfatizou-se a diversidade de cada bioma, ao tempo em que se pediu para que as populações criassem relações respeitosas com a vida e a cultura dos povos que neles habitam.

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Passado este tempo da publicação destes três importantes diplomas, parece-nos que não aprendemos a lição neles contida. A cada ano que se passa constatamos piora nos índices de poluição do ar e mudanças climáticas; atmosfera e os oceanos sobrecarregados de carbono; desmatamento; extinção de espécies; degradação do solo; superpopulação em áreas urbanas com suas inúmeras consequências.

No caso brasileiro, constatamos em diversas partes sérios problemas socioambientais em função da omissão dos poderes constituídos. Está em curso o sucateamento dos órgãos de fiscalização, como IBAMA e ICMBio. Em 2020 30% do bioma do Pantanal foi destruído pelo fogo, gerando prejuízos ambientais, econômicos e sociais sem precedentes. Conforme dados do INPE, a área desmatada e queimada na Amazônia foi de 4,5 mil km², equivalente a três vezes a área do município de São Paulo. Atividades ilegais provocadas por garimpeiros e madeireiro naquele bioma têm deixado um passivo ambiental assustador!

Temos que nos preocupar também com o que acontece ao nosso redor. Praticamente todo o esgoto gerado nos 30 municípios inseridos na bacia hidrográfica é lançado diretamente nos cursos d’agua. Como exemplo, Juiz de Fora trata apenas 7% de seus efluentes doméstico e industrial. Com apoio do Comitê de Integração da Bacia do Rio Paraíba do Sul (CEIVAP), investiremos cerca de R$ 25 milhões em obras para atenuar os problemas de poluição das águas. Investiremos também R$ 3 milhões na recuperação de nascentes e de áreas degradadas nas microbacias de abastecimento humano de Juiz de Fora e na bacia hidrográfica da Represa de Chapéu D’Uvas.

Para conscientizar e sensibilizar os diversos segmentos sociais da importância de se preservar o meio ambiente para a melhoria da qualidade de vida, o nosso Comitê, ao lado de IEF, Prefeitura de Juiz de Fora e outras instituições públicas, empresas e ONGs promoverá, no período de 7 a 11 de junho, a 10ª Semana Integrada do Meio Ambiente, com a realização de atividades diversificadas alusivas ao tema. A programação completa pode ser encontrada no Instagram:@iefmata.

Como nos ensina Chico Xavier, “ambiente limpo não é o que mais se limpa e sim o que menos se suja”!

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