Ato reúne manifestantes contra Bolsonaro nas ruas do Centro de JF
Mobilização também ocorreu em várias partes do país, reivindicando vacina para todos e maior valor para auxílio emergencial
Dentro de calendário de mobilização nacional, um grupo de centenas de manifestantes esteve nas ruas de Juiz de Fora na manhã deste sábado (29), para protestar contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). As principais bandeiras levadas à manifestação foram pautas em defesa da vacinação em massa da população e da concessão de um auxílio emergencial digno aos mais vulneráveis. Entre as reivindicações, também estão os gritos contra os cortes orçamentários na educação pública federal e as privatizações de empresas estatais.
A mobilização teve início no Parque Halfeld a partir das 10h30. No local, entidades diversas usaram o microfone de um carro de som para protestar contra o Governo federal. Entre eles, detentores de mandato, como o deputado estadual Roberto Cupolillo (Betão, PT) e as vereadoras Laiz Perrut (PT) e Tallia Sobral (PSOL). Em seguida, os manifestantes saíram em caminhada pelas ruas da cidade, após pouco mais de uma hora de concentração.
Durante todo o ato, foi ressaltada a necessidade do respeito aos cuidados sanitários básicos, como forma de evitar contágios pelo novo coronavírus. Já no material de convocação da manifestação, foi solicitado aos manifestantes o uso de equipamentos individuais como máscaras faciais, do tipo PFF2, e da sanitização das mãos de forma constante com álcool em gel.
Também foi recomendado a todos a manutenção de um distanciamento social mínimo. Assim, durante a caminhada, foram organizadas três filas, de forma a conservar um afastamento entre os manifestantes. A passeata passou pela Avenida Rio Branco, ocupando a faixa no sentido Centro/Manoel Honório, passando pela Rua Afonso Pinto da Mota, e pela Avenida Getúlio Vargas, em todas as faixas. O trânsito local nestas vias chegou a ser comprometido durante a mobilização, que teve seu desfecho na Praça Antônio Carlos, onde os manifestantes chegaram pouco antes das 13h.
“Estamos hoje, aqui, mantendo o distanciamento social e usando máscaras PFF2 e álcool em gel, mas também lutando pela vida e pela vacina para todos e todos. Esse é o nosso papel. É o papel do dirigente sindical e das pessoas que têm consciência de classe, mesmo com os riscos de uma pandemia que já matou mais de 460 mil trabalhadores e trabalhadoras. O Governo Bolsonaro é o maior responsável por isto”, afirmou Robson Marques, secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da Zona da Mata e Sul de Minas, uma das entidades que engrossam a mobilização.
Assinam o material de convocação do ato público contra o presidente Jair Bolsonaro em Juiz de Fora cerca de 30 entidades locais, entre movimentos sociais, centrais sindicais, sindicatos e partidos políticos como o PT, o PSTU, o UP, o PCB e o PSOL. Presidente municipal do PSOL em Juiz de Fora, Lorene Figueiredo destacou que as mobilizações acontecem em, pelo menos, 150 cidades do país.
“Esses atos são a expressão de uma insatisfação coletiva e popular. Essa insatisfação estava represada, e, de certa forma, está saindo do imobilismo agora, por conta dos quadros gravíssimos que a gente tem sido submetido após mais de um ano de pandemia, em que chegamos a marca de, praticamente, meio milhão de mortos”, avaliou Lorene.
Além daquilo que classifica como descaso do Governo federal no enfrentamento da crise sanitária, a presidente municipal do PSOL destaca outros pontos, como a escalada da inflação. “O aumento dos preços dos alimentos dificulta ainda mais a vida dos trabalhadores e de mais de 15 milhões de desempregados, fora uma absurda da informalidade, e soma-se à falta de uma política pública de contenção do avanço da miséria da fome, por conta do vexame de um auxílio emergencial de R$ 150”.
“Não podemos mais suportar um governo que se coloca como nosso inimigo e que nos ataca. Então, nesse dia 29, nós estamos na rua pelo ‘fora, Bolsonaro’; pelo impeachment já; por vacina; por trabalho; por uma renda emergencial digna; pelo direito à vida; e pelo direito ao trabalho com dignidade”, resume Lorene.