Empreendedorismo de impacto no interior se alia a universidades

Instituições de ensino superior incentivam produção tecnológica e podem contribuir para o crescimento das pequenas empresas


Por Agência Estado

30/05/2021 às 07h00

Apesar de 36% dos negócios de impacto socioambiental estarem sediados no interior dos estados brasileiros, a centralização do ecossistema de apoio ao empreendedor nos grandes polos urbanos faz com que muitos não consigam acessar investimentos e programas de aceleração, o que aumenta a dificuldade de viabilizar um modelo financeiro sustentável. É o que aponta a terceira edição do Mapa de Negócios de Impacto Social + Ambiental da Pipe.Labo, que acompanha a evolução do pipeline de empresas de impacto positivo no país desde 2017.

De acordo com o mapa, o Sudeste abriga 58% desses negócios, com destaque para o estado de São Paulo (40%), seguido por Rio de Janeiro (11%), Minas Gerais (6%) e Espírito Santo (2%). Os demais se distribuem entre Nordeste (16%), Sul (15%), Centro-Oeste (5%) e Norte (5%). Entre as empresas, 71% estão formalizadas, mas a grande maioria ainda não possui faturamento consistente.

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Incubadoras tecnológicas, como a que existe no Centro de Inovação e Transferência de Tecnologia, da UFJF, são um exemplo de colaboração entre empresas e universidades (Foto: Felipe Couri/Arquivo TM)

O mapa observou ainda tratarem-se de negócios relativamente jovens: 34% têm até dois anos, 30% de dois a cinco anos, e 25% têm cinco anos ou mais. Outro fator interessante é que essas empresas conversam com perfis mais desatendidos e diverso de empreendedores, segundo Lívia Hollerbach, uma das coordenadoras do estudo.

“Há um número maior de jovens, entre 18 e 24 anos, pessoas com mais de 50 anos, mulheres e não brancos”, ela destaca. “É um perfil de empreendedor que não está nos grandes centros com a mesma força.” Com um networking mais restrito e menor conexão com investidores, esses empreendedores buscam apoio e parceria com cooperativas e universidades para que os negócios ganhem mais robustez.

“Essas instituições acabam fazendo o papel de guarda-chuva e hoje incentivam muito a produção tecnológica, mas a academia no Brasil ainda está muito distante do mercado”, explica Hollerbach. “É fundamental a formação de mais incubadoras para fomentar a visão de business e essa cultura empreendedora, além de entidades que façam o trabalho de fortalecimento das pequenas cooperativas para que se entendam como negócios e consigam se plugar às grande indústrias.”

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