Júlio Delgado faz crítica à PEC do voto impresso: ‘retomada da Era do Gelo’

Deputado juiz-forano integra comissão que avalia proposta; plano de trabalho foi aprovado nesta segunda


Por Renato Salles

18/05/2021 às 18h30

Integrante da comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 135/19, sobre voto impresso, o deputado federal juiz-forano Júlio Delgado (PSB-MG) fez críticas à proposição em suas redes sociais, após a aprovação do plano de trabalho do relator da comissão, o deputado federal Filipe Barros (PSL-PR), nesta segunda-feira (17). Em sua conta no Instagram, nesta terça, Júlio afirmou que a proposta remonta à “Era do Gelo”. Assim, pontuou que pretende atuar para que a legislação não tenha “nenhum retrocesso” e que o país “continue tendo um processo eleitoral seguro e confiável”.

“No meu trabalho na comissão, vou atuar para impedir que, por exemplo, a urna eletrônica faça a impressão, em papel, do voto depositado na urna. Isso abriria margens para a compra de votos. Infelizmente, uma prática comum em cidades pequenas país afora. Vou garantir, sim, que o processo eleitoral brasileiro se mantenha seguro e transparente, como já é, até que se prove o contrário”, afirmou o juiz-forano. Ele pontuou ainda que, desde a adoção da urna eletrônica em 1996, “o Brasil não teve sequer uma fraude comprovada na utilização da urna eletrônica, o que demonstra a lisura do processo”.

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Segundo informações da Agência Câmara de Notícias, o plano de trabalho aprovado nesta segunda propõe a realização de pelo menos seis debates para ouvir autoridades, como ministros e ex-ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), além de especialistas em segurança cibernética e criptografia; auditores do TSE e independentes; e representantes de partidos políticos.

“Queremos debater inúmeros temas dentro do tema principal, que é o voto auditável, e ouvir instituições, poderes constituídos, contrários e favoráveis à proposta, para chegar a um texto de consenso”, declarou Felipe Barros. O plano, segundo ele, não limita o número de audiências públicas, que pode ser ampliado. “Para que haja possibilidade de todos debatermos, esse é apenas um indicativo, porque o tema pode não se esgotar”, disse Barros. O relator deve concluir seu parecer, provavelmente, até o fim de julho.

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