Opção em estudo

Adiar feriados foi uma decisão positiva, pois ainda não há resultados sobre sua eficácia para combater a pandemia


Por Tribuna

31/03/2021 às 07h00

Ainda é cedo para avaliar os resultados dos feriadões decretados em São Paulo e no Rio de Janeiro em decorrência da pandemia do coronavírus. A ideia central seria reduzir o fluxo de pessoas nas ruas e as consequentes aglomerações. No Rio, a medida vale até o dia 4 de abril; em São Paulo, mesmo sem o viés de feriado, é provável que as restrições sejam estendidas até o dia 15.

Reunidos ontem, o governador Romeu Zema e o presidente da Assembleia, Agostinho Patrus, após ouvirem assessores técnicos, desistiram do feriado em Minas, que começaria na próxima segunda-feira. Em nota, destacaram que “tal definição se deve ao entendimento de que a eficácia dessa medida requer maior embasamento fático e estatístico”. Em suma, não há, ainda, base para sua adoção. Os projetos dos vizinhos da região Sudeste serão a referência.

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A boa notícia, também apresentada na nota, é que as ações em busca de mais profissionais da saúde para enfrentar o vírus vão continuar. “Reiteramos que fica mantida a proposta de ampliação dos serviços de saúde por meio da convocação de profissionais voluntários; contratação de estudantes da área de saúde; contratação de serviços de saúde por meio de credenciamento de pessoa física ou jurídica; e contratação temporária de profissionais da área de saúde aposentados.”

Depois de ter sido um oásis durante uma das etapas da pandemia, Minas tem números preocupantes e ascendentes de contaminação, levando a rede hospitalar ao limite. Em vários municípios, 100% da rede já está comprometida, sem que haja soluções de curto prazo. A saída é a criação de novos leitos, que só será efetiva se houver profissionais para atendimento à essa nova demanda.

Acelerar o processo de vacinação é a medida mais eficaz para reduzir esse fluxo como os próprios dados mostram. O número de idosos internados vem caindo após o processo de imunização, mas há o lado inverso com os jovens. Durante muito tempo, sustentou-se a sua imunidade parcial, isto é, podiam ser contaminados, mas pela forma mais branda da doença. Esse, no entanto, não é o cenário que ora se apresenta. As aglomerações, das quais muitos desses pacientes participaram, são a matriz do problema cujos resultados são vistos no perfil das novas internações.

Enquanto a vacina não chega a todas as faixas etárias, os cuidados básicos devem ser mantidos a despeito do cenário que se vê nas ruas: muita gente sem máscara, e outro tanto desrespeitando as regras de isolamento. No fim de semana, foi possível ver praias ocupadas, apesar de sua interdição, num claro desrespeito que compromete não apenas a vida desses infratores, mas, e principalmente, o seu entorno. Todos se tornam vítimas desse descaso com as regras sanitárias.

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