Rodrigo Santos lança o álbum ‘A Festa Rock Vol. 2’

Ex-baixista do Barão Vermelho convidou time de músicos para, à distância, regravar clássicos da música nacional


Por Júlio Black

23/03/2021 às 07h00- Atualizada 23/03/2021 às 09h38

rodrigo santos
Rodrigo Santos afirma que tem material gravado para três álbuns (Foto: Daryan Dornelles)

O cantor e compositor Rodrigo Santos segue sem parar enquanto a pandemia continua implacável. Sem poder voltar à rotina de shows pelo país, o artista lançou em agosto de 2020 o álbum de inéditas “Livre”, a agora é a vez de “A Festa Rock Vol. 2”. O trabalho, com medleys de versões para clássicos do rock nacional e da MPB, foi lançado na última sexta-feira (19) celebrando nomes como Legião Urbana, Chico Buarque, Nando Reis, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Rita Lee, Raul Seixas, Titãs, Beto Guedes, Paralamas do Sucesso, Zeca Baleiro, Alceu Valença, Lenine, Cazuza, O Rappa e Plebe Rude, além de composições do próprio Rodrigo.
O projeto, aliás, conta com um time de músicos espalhados por todo o país (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Santa Catarina): Felipe Nascimento (bateria e responsável pela mixagem, edição e masterização), Guilherme Pereira (guitarra, arranjo e violão), Oscar Von Pfuhl (guitarra e arranjo), Renan Bozute (bateria e arranjo), Lucas Frainer (bateria), Gustavo Camardella (guitarra e arranjo), Fabiano Matos (bateria), Leo Lachini (guitarra), Pedro Augusto (teclados), Guilherme Schwab (guitarra), Gustavo X (guitarra) e Luiz Sérgio Carlini (guitarra).
Com tanta gente participando e tantas ideias na cabeça, Rodrigo Santos chegou a um total 37 medleys e 70 canções, e por conta disso “A Festa Rock” já tem os volumes 3 e 4 engatilhados. Ele relembra, inclusive, que o plano inicial era lançar tudo até dezembro de 2020, mas aí mudaram-se os planos.
“Em primeiro lugar, não queria atrapalhar o trabalho dos outros músicos, pois era para ser uma coisa divertida e eles tinham seus compromissos. Também havia a questão da mixagem, algumas questões que precisavam ser ajustadas, e precisava da autorização das editoras, dos autores, tinha que entregar pelo menos uma mix para as editoras ouvirem antes”, conta. “E as editoras estavam com todo mundo em trabalho remoto, entraram de férias em dezembro e só voltaram no final de janeiro, início de fevereiro, então pensamos que seria melhor lançar um disco de cada vez. Também havia a parte de assessoria de imprensa, divulgação nas redes sociais, seria uma loucura lançar todos agora.”

Ação entre músicos e amigos

O projeto foi todo gravado no clássico formato power trio (guitarra, baixo e bateria), com exceção dos teclados presentes no medley “O Sal da Terra / Sol de Primavera / All Star”. Segundo Rodrigo, reunir músicos de estados tão diferentes deu trabalho, mas também foi prazeroso. “Estavam saindo as primeiras notícias sobre vacina, começando a ver a luz no fim do túnel, e foi quando comecei a fazer shows de novo, com público distanciado, as lives corporativas. Fiquei feliz, e tudo isso me animou a preparar ‘A Festa Rock Vol. 2’. As gravações aconteceram entre setembro e novembro e foram bem velozes no sentido de escolher os medleys – sendo que algumas já tocava nos shows -, criar e sair tocando”, conta.
Com isso, ele foi pensando nos convidados e nas amizades que fez com músicos que se apresentavam com ele pelo país, para que embarcassem na jornada. “São músicos espetaculares, que talvez não sejam tão conhecidos no mainstream, mas que tocam com muita gente. Escolhi pessoas fantásticas e sensacionais para participarem comigo, que ajudaram até mesmo propondo ideias para os arranjos”, elogia.

PUBLICIDADE

Reverência às influências

Para o segundo volume de sua “festa rock”, Rodrigo Santos ampliou o leque de referências, influências e homenageados, colocando uma turma que vem lá dos anos 70 – alguns que estão por aí desde a década de 60 -, e indo além do rock. “Dessa vez incluí nomes da MPB dos anos 70 que são grandes influências para mim, e também um pessoal dos anos 90 como Lenine, Zeca Baleiro. Para mim, todos esses caras são rock and roll pra caramba”, elogia. “Gil e Caetano por exemplo: as músicas que estão no disco são de 1983, quando deram uma guinada para o rock, pop, influenciados pela chegada do Rock Brasil. E não podia deixar fora dessa levada o Beto Guedes, que é o nosso Neil Young.”
“A ‘Festa Rock’ é uma continuação do que sou”, afirma, ao continuar falando da sua ligação afetiva com esses artistas. “Quando era adolescente, tocava esses caras com America, Pink Floyd. Essa galera é rock and roll, Raul Seixas e Rita Lee tinham que estar no álbum, pois foram os responsáveis por manter o rock na rádio e TV depois da Tropicália.”

Projetos e mais projetos

Mais para frente, Rodrigo adianta que os próximos volumes de “A Festa Rock” também terão muitas novidades, mas por enquanto vai segurar o lançamento para avaliar como estará o país daqui a alguns meses. “Primeiro, espero que chegue a segunda parte da vacinação no Brasil, na minha faixa etária, até para termos mais tranquilidade para os shows, mesmo que com capacidade reduzida. Aprendemos com esse processo a ter mais calma.”
Os projetos, entretanto, não se resumem às regravações, ainda mais que já começou a remarcar para o final do ano e 2022 algumas apresentações que estavam agendadas para o segundo semestre, por conta da perspectiva de que a Covid-19 estivesse perdendo força. “Estou preparando um álbum acústico com versões de minhas músicas, e também comecei a compor parceiras com o objetivo de fazer um álbum com artistas com quem nunca compus antes, como o Evandro Mesquita, e pessoas de diferentes gerações com quem tenho afinidade musical, muita gente que conheci na estrada e com quem mantive contato on-line. Quando tudo voltar ao normal, faremos uma grande festa rock.”

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.