No mesmo barco

Discurso unificado dos municípios é uma forma eficaz de convencimento das instâncias de poder na liberação de recursos, leitos e vacinas para a região


Por Tribuna

10/03/2021 às 07h00

Durante reunião, nesta terça-feira, na Prefeitura de Juiz de Fora, lideranças da região, ciceroneadas pela prefeita Margarida Salomão, discutiram a tomada de decisões conjuntas para unificar os processos de combate à pandemia. Desde o início da contaminação, no ano passado, já se discutia a situação da cidade e de seu entorno, pois – salvo as medidas definidas pelo Minas Consciente – não havia um jogo único. As restrições locais nem sempre eram replicadas nos demais municípios da microrregião.

É fato que as características são distintas. Ontem, ao comentar a reunião, o prefeito de Pequeri, Glauco Braga Fávero, destacou que no seu município só há um caso, que está finalizando para sair no boletim, mesmo assim, irá montar um comitê especial para discutir a situação da pandemia na cidade. Foi isso, talvez, o que faltou até agora. Sem casos claros de contaminação, várias regiões no entorno das metrópoles deixaram a vida seguir. E, quando se registrava um caso, faziam o encaminhamento do paciente para o polo regional. Esse moto contínuo também colaborou para o excedente de pacientes em Juiz de Fora.

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Os prefeitos e outras lideranças entenderam ser necessária a elaboração de um documento pedindo ampliação do número de leitos de UTI e campanha de vacinação na região. Tais demandas serão encaminhadas ao Governo de Minas e ao Governo federal. Vereadores da região deverão tomar a mesma providência, num evento programado para esta quinta-feira sob a coordenação do juiz-forano Juraci Scheffer. A meta é reunir presidente de câmaras municipais de 145 municípios.

O trabalho conjunto é a clara constatação de que estão todos no mesmo barco. O coronavírus e suas variantes têm um alto grau de disseminação, daí a necessidade de enfrentá-lo em todas as frentes e regiões. Ademais, quando todos falam com uma só voz, o poder de repercussão é maior. Certamente, as instâncias estadual e federal ouvirão o que está sendo dito pelos municípios.

Nesse pacote de propostas, é fundamental, também, que todos se envolvam em campanhas de informação à população para os danos que ela própria provoca. Seja nas metrópoles, seja nos pequenos municípios, ainda há aqueles que se consideram imunes, não se importando com o outro, agindo apartados de todas as políticas de prevenção sanitária. São esses personagens, em boa parte, que ora ocupam os leitos das redes públicas e privada, como os próprios dados constatam. Muitos se aglomeraram no carnaval, ignorando o uso de máscaras como se o vírus fosse seletivo. E não é. Todos têm que se guardar.

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