Para cientista político, decisão do STF cria cenário imprevisível para 2022

Por Paulo Cesar Magella

09/03/2021 às 20h00 - Atualizada 09/03/2021 às 17h22

A despeito da decisão da Segunda Turma, que retomou o julgamento de suspeição do ex-juiz Sérgio Moro no processo da Lava Jato, o voto do ministro Edson Fachin, na véspera, definindo incompetência da 13ª Vara Federal, presidida por Moro, nos casos envolvendo o ex-presidente Lula, mudou o cenário eleitoral. No entendimento do cientista político Raul Magalhães, a decisão foi como uma bomba na sucessão presidencial cujas consequências são imponderáveis. “Jair Bolsonaro, que se criou acusando o PT, pode ter diante de si o pior adversário, pois uma coisa é bater Haddad outra é bater Lula”, destacou.

Eleição pode repetir a polarização de 2018

Na avaliação de Raul Magalhães, tanto a direita quanto a esquerda vão sofrer a repercussão do fato, se for mantida a elegibilidade do ex-presidente. “No campo da direita ninguém se beneficia e é improvável que haja agora qualquer união em torno de Bolsonaro, ao contrário, ele vai ter sozinho que reerguer o Brasil. Moro vai ter de ficar na defensiva justamente quando se pensava em tê-lo como alternativa da direita. Dória, num cenário desses, tende a não crescer, e fica a dúvida se dá tempo de fazer um novo campeão da direita. Aparentemente, não. Na esquerda Lula vira candidato natural para a vaga no segundo turno e atrapalha qualquer sonho de Boulos ou Ciro Gomes”, observou.

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