Cinco livros que vão te levar para o espaço (alguns, até para Marte)

Tribuna apresenta sugestões de livros para quem gosta de levar a imaginação até as estrelas


Por Júlio Black

05/03/2021 às 14h27

Espaço, a fronteira final. A famosa frase de abertura de “Star Trek” pôde voltar a ser lembrada em18 de fevereiro, quando parte da humanidade voltou seus olhos para Marte para assistir ao rover Perseverance, da Nasa, pousar no Planeta Vermelho após meses de expectativa. Foi possível acompanhar pelo YouTube o pouso da missão no quarto corpo celeste do sistema solar, e depois vieram a primeira foto e – fato inédito – os primeiros sons da atmosfera marciana.

A atual missão da agência espacial norte-americana tem entre seus objetivos coletar dados sobre nosso vizinho espacial e buscar evidências de que Marte já abrigou alguma forma de vida no passado. Países como os Emirados Árabes Unidos e China também enviaram missões que chegaram à órbita marciana em fevereiro, aumentando as especulações de quando os seres humanos colocarão os pés em outro planeta.

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Aproveitando as novas conquistas espaciais, a Tribuna recomenda esta semana cinco clássicos da ficção científica que levam a humanidade até Marte e mais além, abordando temas dos mais diversos, incluindo religião, política, ganância, terror, filosofia, drogas – e ciência, claro.

“Os três estigmas de Palmer Eldritch”, Philip K. Dick

O escritor norte-americano Philip K. Dick escreveu histórias que questionavam temas como a realidade, a lucidez e a loucura, e “Os três estigmas de Palmer Eldritch” é um dos livros que melhor lida com essas reflexões. Na história, parte da população da Terra passou a colonizar outros planetas, incluindo Marte, porém em condições terríveis. Uma das formas de suportar a vida em situação tão precária é o uso da droga Can-D, que leva a mente para uma realidade alternativa. Seu vendedor, o empresário Leo Bulero, terá de enfrentar a concorrência de um novo alucinógeno, o Chew-Z, vendido por Palmer Eldritch, que promete algo inédito: a vida eterna.

“A Guerra do Velho”, John Scalzi

Um dos mais populares autores de sci-fi contemporâneos, o norte-americano John Scalzi criou essa trilogia que se passa num futuro próximo, em que o homem passou a colonizar planetas fora do sistema solar. O problema é que são poucos os corpos celestes habitáveis, e a humanidade terá que disputá-los com outras espécies, igualmente dispostas derramar milhões de litros de sangue. Para defender ou conquistar essas novas colônias, são criadas as Forças Coloniais de Defesa (FCD), em que são raros os casos de soldados que sobrevivem a mais de dez anos de guerra. Por isso, elas recrutam apenas humanos com mais de 75 anos (!) de idade – incluindo o protagonista, John Perry. Saber como esses coroas vão enfrentar formas de vida maiores, mais fortes e violentas é um dos grandes baratos da série, complementada por “As Brigadas Fantasma” e “A última colônia”.

“As sereias de Titã”, Kurt Vonnegut

Um dos maiores delírios literários de Kurt Vonnegut, “As sereias de Titã” é muita coisa ao mesmo tempo, então vamos ao básico. Malachi Constant é o homem mais rico e sortudo da Terra, mas as aparições de Winston Niles Rumfoord, um milionário que desapareceu ao viajar para o espaço com seu cão, levarão o protagonista até Marte, que prepara uma invasão à Terra; a Mercúrio; e, por fim, a Titã, uma das luas de Saturno. Entre tantas idas e vindas, Vonnegut ridiculariza as religiões e também promove reflexões sobre livre-arbítrio e, mesmo quando imagina estar no controle de suas ações, a humanidade pode estar apenas obedecendo a um propósito maior, mesmo que este seja absolutamente fútil.

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“Leviatã desperta”, James S. A. Corey

Com oito livros publicados lá fora, a série “The Expanse”, de James S. A. Corey (pseudônimo da dupla Daniel Abraham e Ty Franck), venceu em 2020 o Prêmio Hugo de Melhor Série no universo de ficção científica. A saga foi levada para a TV, com cinco temporadas no catálogo do Prime Video, e apenas o primeiro livro ganhou tradução no Brasil. Grande vacilo, mas a história é tem desfecho e merece ser lida. A trama se passa 200 anos no futuro, quando a Terra explorou todo o Sistema Solar e instalou colônias em outros planetas, satélites e outros corpos celestes. A distância, porém, faz com que surjam as primeiras diferenças, com Marte se tornando independente e os habitantes do Cinturão tratados como cidadãos de segunda classe. É no meio desse contexto que a tripulação da Rocinante e um detetive tentam encontrar uma garota desaparecida e que está no meio da maior conspiração da história, que pode levar à extinção da raça humana.

“Alien”, Alan Dean Foster

Lançado em 1979, “Alien, o oitavo passageiro” tornou-se um dos clássicos da ficção científica no cinema do século XX, unindo o gênero com o terror e horror. O filme ganhou transposição literária de Alan Dean Foster, conhecido por trabalhos semelhantes com as franquias “Star Trek”, “Star Wars” e “O exterminador do futuro”, além de suas sagas no sci-fi. A adaptação consegue manter o clima de terror e suspense do longa de Ridley Scott, além de ter mais tempo para desenvolver os personagens e inserir sequências que não estão na versão para o cinema. A trama se passa quase toda na nave Nostromo, que desperta seus tripulantes quando recebe um pedido de socorro vindo de um planeta inexplorado. Parte da tripulação descobre uma nave aparentemente abandonada, mas que na verdade abriga uma espécie de xenoformo que, levada para a Nostromo, provoca uma verdadeira carnificina nas profundezas do espaço.

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