Dupla juiz-forana Broken Gate lança seu primeiro álbum

Depois de segurar o lançamento de “Fake North” por meses, João Vicente Novaes e Leandro Lima encaram a divulgação na pandemia


Por Júlio Black

03/03/2021 às 07h00- Atualizada 03/03/2021 às 07h31

broken gate

Mais uma banda faz sua estreia fonográfica na galáxia musical de JF City. A bola da vez é a dupla Broken Gate, que lança nesta quarta-feira (3), nas plataformas de streaming, o álbum “Fake North”. Com a chancela do selo Dinamite Records, o trabalho foi gravado no Sonidus Estúdio com produção de Mauricio Avila e chega com dez canções, e o fato de serem apenas dois integrantes (João Vicente Novaes, voz e guitarra, e Leandro Lima na bateria) não impede que o trabalho tenha o peso do rock influenciado por bandas como Queens of the Stone Age, Black Keys, White Stripes e Royal Blood, entre outros.
E vale destacar que, apesar de ser o álbum de estreia, “Fake North” é disco de quem batalha nas estradas do rock há bastante tempo. João Vicente e Leandro estão no jogo desde 2016, quando criaram a Double Shot – que, além de um videoclipe, nunca havia recebido registros sonoros oficiais. A mudança de nome, feita em 2020, não marca uma mudança de estilo, mas serve para evitar a confusão com vários artistas homônimos.
“Mudamos o nome por questões pragmáticas. Encontramos vários projetos com o mesmo nome tanto aqui quanto lá fora, e isso dificultaria encontrar nosso trabalho nas plataformas digitais. E também queremos evitar problemas com artistas que já tivessem registrado o nome Double Shot”, explica João Vicente. “Mas é a mesma formação, a mesma pegada de som; as músicas do álbum são as que nos acompanham desde os primeiros shows, poucas foram compostas quando a banda já estava com o novo nome. Foi mais uma questão de identidade visual e facilitar o lançamento do material.”

PUBLICIDADE

Broken Gate adiado, não cancelado

O álbum de estreia da Broken Gate é mais um que teve seus planos adiados por causa da pandemia de Covid-19, que deu as caras por essas bandas quando trabalhavam a mixagem e masterização. O plano era lançar o trabalho no segundo semestre, mas, sem poder levar as músicas para o palco, “Fake North” foi progressivamente adiado. “O que mais nos atrapalhou foi a questão dos shows, estávamos com esse cronograma de lançar no segundo semestre e correr atrás de apresentações. Na época, estava morando em São Paulo, então tínhamos planos de conseguir shows por lá e em cidades por onde passamos. Resolvemos segurar um pouco as coisas e não ter pressa, trabalhar virtualmente, que era nossa possibilidade”, diz o vocalista. “Porém, vimos que não dava para segurar tanto, pois estávamos anunciando o álbum há tempos. Pelo menos a galera vai poder ouvir nosso trabalho.”

Leandro e João ficaram em compasso de espera, mas nem por isso sentaram na praça e viram a banda passar. Dentre as ações no mundinho virtual, a dupla lançou três singles para antecipar o trabalho: “Swallowed by the fear”, “Fake North” e “Fighter”, que ainda teve lyric vídeo lançado em janeiro com o apoio da gravadora. Entretanto, em nenhum momento os dois mancebos pensaram em seguir a estratégia de muitos artistas de desovar todo o álbum por meio de singles, antes de reunir todo o material no conceito de álbum.
“Comercialmente, esse tipo de estratégia (álbum lançado aos poucos) é o ideal, é o que o algoritmo dessas plataformas estimula, mas nós pensamos na questão do álbum como um todo, da galera entender que tem um conceito”, reflete João Vicente. “Nós precisamos nos preocupar com a questão do algoritmo, mas, pelo menos na minha visão, chega num ponto que afeta a sua proposta artística.”

Tudo em inglês

Quem colocar “Fake North” para rolar nos respectivos equipamentos de som vai se deparar com dez músicas cantadas em inglês. Para João Vicente, a escolha pelo idioma gringo é um misto de dois fatores: ampliar o público e por ser mais “confortável” – no caso deles – para encaixar os versos na melodia.

broken gate
Leandro Lima e João Vicente lançam o trabalho de estreia da Broken Gate, depois de anos com o nome de Double Shot (Foto: Mayra Calixto e Renan Silva/Divulgação)

“O público nacional é o nosso foco principal, mas, em alguma medida, vemos que o inglês é interessante para alcançar outros públicos, ainda mais com a facilidade da divulgação digital”, explica. “Mas a questão principal é pela estética, como algumas facilidades em termos de métrica, e muito pelo que estamos acostumados a ouvir. Algumas coisas que compus em português eu sinto que não têm muita fluidez. Cantar em inglês pode parecer mais complicado por não ser nossa língua nativa, mas nesse lance da métrica percebi que, em português, a silaba tônica fica no final da palavra, e no inglês são palavras mais curtas, com sílabas tônicas no início da palavra, além da contração, que no português não existe tanto. Mas temos um respeito bem grande por quem escreve letras em português, que particularmente acho muito mais difícil.”
Quanto ao futuro, os planos da Broken Gate seguem no esquema “esperar para ver”. De acordo com João Vicente, tanto ele quanto Leandro querem voltar aos palcos, mas, por enquanto, o que se pode fazer é trabalhar no mundo virtual para divulgar o álbum. “É possível que trabalhemos alguns vídeos com o pessoal do selo, que nos ajudou no lyric vídeo; vamos avaliar com eles o que temos de possibilidades, e, dependendo de como as coisas evoluírem, há possibilidade de gravar alguma coisa”, diz. “Estamos compondo, mas nosso foco é divulgar esse material, nos manter ativos nos meios digitais e ver o que acontece de possibilidades de shows on-line, mas não lives, além de concursos que estão rolando.”

LEIA TAMBÉM: Cantora Luma Schiavon, de Rodeiro, lança primeiro EP

O conteúdo continua após o anúncio

 

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.