Minas volta ao protagonismo


Por Paulo César de Oliveira, jornalista e diretor-geral da revista Viver Brasil

16/02/2021 às 06h58- Atualizada 16/02/2021 às 09h15

A eleição do senador Rodrigo Pacheco para a presidência do Senado é boa para Minas, mas muito melhor para o país. Pacheco, praticamente um iniciante na política, já que exerceu apenas um mandato de deputado federal antes de eleger-se senador pelo DEM, tem todos os atributos necessários para restabelecer a paz política no Legislativo. Ele leva para a presidência do Senado e do Congresso Nacional a sensatez, o equilíbrio e, acima de tudo, o compromisso com o país, traços que sempre diferenciaram os políticos mineiros na vida nacional.

Antes, dizia-se, alguns em tom de crítica, outros de elogio, que os grandes políticos mineiros, ao assumirem postos de relevância nacional, deixavam de ser mineiros para serem brasileiros, sempre colocando acima de tudo os interesses nacionais. Não se amesquinhavam cuidando apenas dos interesses paroquiais e se voltavam para as questões nacionais, sem, no entanto, abandonar Minas.

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É desse tipo de político que o Brasil necessita neste momento de grave crise política e econômica. Pacheco chega ao comando do Senado, de onde Minas e o estilo mineiro de fazer política estavam afastados há 50 anos – o último senador mineiro a presidir a Casa foi Magalhães Pinto durante o regime militar – num momento em que não é mais possível postergar reformas. Reformas que estão sob ameaça do radicalismo político que vai se consolidando no Brasil.

O estilo conciliador, embora firme, de diálogo fácil de Pacheco, bem ao estilo dos melhores políticos de Minas, certamente dará uma nova dinâmica aos debates no Congresso. O senador mineiro, eleito com apoios à direita e à esquerda, tem a seu favor o descompromisso com outro projeto político que não seja o exercício do cargo para o qual foi eleito.

Ele, ao contrário dos políticos carreiristas, não tem planos de disputar a próxima eleição, embora seu nome tenha sido lembrado para a disputa ao Governo de Minas em 2022. Seu compromisso é de permanecer no Senado, o que o faz um candidato natural a um segundo mandato de presidente. O compromisso com as pautas de interesse nacional e com o equilíbrio político do país não afasta Pacheco da luta em defesa de projetos de interesse de Minas. E para Minas terá como aliado o senador Antonio Anastasia, que conhece tão bem os problemas mineiros.

 

 

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