Vacinar: ato de solidariedade


Por Equipe “Igreja em Marcha”, Grupo de Leigos Católicos

22/01/2021 às 06h58

O Setor Universidades da Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e a Educação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Sociedade Brasileira de Cientistas Católicos (SBCC) iniciaram, na última quarta-feira (20), uma série de lives sobre saúde. O primeiro tema a ser debatido será “Ciência e fé católica: moralidade das vacinas anticovid-19”. A transmissão pode ser acompanhada pelos canais da CNBB, da SBCC e da Comissão para Cultura e Educação no YouTube.

“A pandemia nos remete não apenas a um contexto de incertezas sanitárias, como também nos oferece densas provocações de índole ética. O cuidado de si e do outro, especialmente quanto ao enfermo, e a amizade social que, esperamos, povoa o mundo, integram a agenda, contemporânea e premente, com a qual nós, cristãos, somos convidados a nos empenhar”, contextualiza o professor doutor Deivid Carvalho, pró-reitor de Graduação e Extensão e Ação Comunitária da Universidade Católica de Salvador (UCSAL) e vice-presidente da SBCC.

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Para aprofundar a temática da moralidade das vacinas contra a Covid-19, participam como debatedores o bispo de Rubiataba-Mozarlândia (GO), dom Francisco Agamenilton, que é membro do Comitê Teológico da SBCC, e o doutor padre Anibal Gil Lopes, professor emérito, médico e membro da Pontifícia Academia Pro Vita, da Academia Nacional de Medicina e da Academia Brasileira de Ciências.

O bispo auxiliar da arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, ressalta que vacinar é um ato humano e que está ligado a várias dimensões do ser humano, das quais três se destacam.

“É, sem dúvida, um ato de saúde, na medida em que nos preserva de contaminações que poderão até mesmo ceifar nossas vidas. É também um ato solidário, pois ajuda a evitar que nos tornemos, consciente ou inconscientemente, transmissores de doenças. É, por fim, um ato ético, pois ela faz emergir em nós a dimensão da responsabilidade diante de nossos próprios corpos e diante das outras pessoas. Ela nos apresenta um modo bem específico de ver e assumir a vida, um sentido que não olha apenas para si, mas olha igualmente para além, mostrando-nos que nenhum de nós é o centro do mundo, mas, ao contrário, vivemos todos numa intrincada e fabulosa rede de convivência”, comenta dom Joel.

Ainda destacando o aspecto ético, dom Joel recorda que “possuímos nossos corpos, que temos direitos sobre ele”, entretanto, “esses direitos não são absolutos”. Assim, “nossos corpos existem não para fazermos com eles o que desejarmos, mas para expressarmos o que de mais belo temos: o relacionamento. Pela corporeidade, expressamos a co-humanidade”.

Para o secretário-geral da CNBB, a dimensão ética do ato humano de vacinar-se “nos situa para além dos individualismos fanáticos, obtusos e patológicos. Ele nos faz ver a vida onde ela realmente está na comunhão com todos os irmãos e irmãs, diante dos quais, ao contrário de Caim (Gn 4,9), somos efetivamente responsáveis.

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