Pobre JF Vôlei

Sem ter ginásio disponível para exercer seu mando de quadra na cidade, equipe de Juiz de Fora terá que estreiar na casa do adversário


Por Juliana Netto

21/01/2021 às 07h03

A partir de sábado será dado o saque inicial do JF Vôlei em mais uma edição de Superliga B. Pela terceira temporada seguida, o time de Juiz de Fora parte em busca do retorno à elite do voleibol nacional. Não bastasse todos os problemas que acompanham o projeto local, como a falta de investimento pesado, que permita a formação de um elenco competitivo, a equipe se depara agora, às vésperas da estreia, com outra questão: a ausência de um ginásio para receber o Vila Nova (GO) em JF.

Como noticiado na Tribuna na terça, com a negativa da UFJF em liberar o Ginásio da Faefid para o confronto – medida que faz parte das deliberações tomadas pela instituição no enfrentamento à Covid-19, restou à diretoria buscar outros espaços para mandar a partida. O diretor técnico Maurício Bara expôs, então, que, por diferentes fatores, nenhum palco do município está apto a atender todas as exigências da CBV. Diante disso, o elenco precisará readequar a programação da semana final de treinos para se deslocar até um aeroporto, pegar voo, seguir até Goiânia para jogar na casa do adversário. Mesmo sem poder contar com a presença da torcida, a familiaridade com o ginásio de JF, obviamente, seria um ponto positivo.

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Ao ler a matéria, lembrei-me que, no início de 2015, ainda repórter, fui pautada para ir até as obras do Ginásio Poliesportivo Jornalista Antônio Marcos, o Ginásio Municipal, que recebia naquela manhã a visita de representantes do Ministério dos Esportes e da Caixa, além do então secretário de Esporte e Lazer de JF, Carlos Bonifácio. À época, a previsão de liberação do restante da verba necessária para finalizar o equipamento esportivo era bem otimista e projetava-se até receber alguma delegação estrangeira para treinos visando as Olimpíadas do Rio. A projeção não se confirmou e o resto você sabe: a construção segue naquele ritmo conhecido, há quase 15 anos.

Pus-me a questionar então: não seria o JF Vôlei beneficiado com um ginásio amplo, espaçoso e com toda a estrutura necessária – como o Municipal – para sediar uma partida de Superliga, ainda mais em tempos de pandemia? Como acreditar que Juiz de Fora está atualmente sem nenhum outro local, além da Faefid, apto a receber uma partida de vôlei nacional, ainda mais sem público? Não haveria como a UFJF, diante dos protocolos sanitários estabelecidos pela CBV, que, inclusive, têm possibilitado a disputa dos duelos em outras cidades, autorizar a realização da partida no sábado?

Diante do imbróglio, pode ser que os próximos jogos com mando do time juiz-forano sejam transferidos para Belo Horizonte. Ou seja, novas semanas pré-jogos encurtadas devido a deslocamentos do time mandante.

Certamente, o JF Vôlei é um dos projetos de melhor planejamento e transparência que o esporte local tem. O afinco em lutar ano após ano para não deixar o time morrer é louvável. Pensar que esteve sete temporadas seguidas na elite nacional é de dar orgulho. Assim como é angustiante – para não dizer frustrante – acompanhar todas essas intempéries.

Talvez, realmente, a cidade não esteja preparada.

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