Vida que te quero viva

“E agora, José? Agora? Há que se agradecer por estar vivo”


Por Ana Lúcia Gomes Bastos, psicóloga e professora de inglês

31/12/2020 às 07h00

Alegres e esquecidos das nossas tristezas, já com alguma especulação bem despretensiosa sobre o tal vírus… assim participamos da última “aglomeração” logo antes de a pandemia de Covid-19 se deflagrar… mal sabendo que nos dias seguintes quase tudo seria diferente!

E foi: falta de compreensão misturada com um medo não se sabe do quê; incerteza quanto a dar muita ou pouca atenção às notícias; mais uma artimanha política?

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O fato é que o fantasma mostrou a que veio: onde não levou vidas, deixou o aviso de que não estava brincando. E acabou a brincadeira: a política pode até ter pegado carona, mas não houve partido mais contundente do que o “corona”. O dementador chegou sufocando, sem piedade, os primeiros marcados para entregar a sua felicidade.

Avesso às regras sociais, o vírus não pede licença para entrar, aceita poucas chances de recusa, simplesmente leva o corpo consigo e, ainda, não permite despedidas. História que se fez presente para mais de um milhão de pessoas no mundo, em menos de 365 dias!

E agora, José? Agora? Há que se agradecer por estar vivo. Sobreviventes de uma roleta russa… mas, agora, com mais oportunidades de se desviar dos ataques do vírus, porque aprendemos, às pressas, que o distanciamento e a higiene sociais são as mais eficientes barreiras de defesa, até que a vacina nos socorra. Aprendemos?

Às pressas, também, tivemos que adaptar toda a nossa rotina de vida, contatos, convivência e trabalho. E, como toda mudança, esta nos trouxe susto, medo, dúvida, negação, tentativa, erro e acerto, nesta ordem, com um pouco mais disso e um pouco menos daquilo. E só é dado a Deus e a cada qual saber todos os impactos que precisaram ser absorvidos para doer menos.

Contudo, felizmente, aqui estamos refletindo sobre tudo isso! Então, desejo para nós que, em 2021, procuremos estar em paz com todos os que estimamos; valorizemos a nossa saúde; lembremo-nos de que sempre existe alguém precisando de nós: abramos nosso coração; fiquemos atentos aos outros, não é só você, não sou só eu, todos precisam de alguma atenção; não tomemos como ofensivas todas as atitudes negativas dos outros, na maioria das vezes é uma questão com eles, e não conosco; olhemos para o nosso umbigo para corrigir as nossas falhas e levantemos os olhos para enxergar e admirar as qualidades do outro; dediquemos um pouco do nosso tempo para, gratuitamente, agradar a alguém; lembremo-nos de que fomos poupados para viver.
Agradecidos, façamos valer!

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