Festival de Fotografia de Juiz de Fora adota formato virtual

Terceira edição do festival tem duas mostras que podem ser vistas pela internet; trabalhos podem ser conferidos até 18 de janeiro


Por Júlio Black

30/12/2020 às 07h00- Atualizada 30/12/2020 às 14h45

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Mostra "2020 somando esforços" - Cláudio Emmanuel (Foto: Reprodução)

O Festival de Fotografia de Juiz de Fora surgiu em 2018 para preencher o vácuo aberto pelo JF Foto, que deixou de ser realizado pela Funalfa depois de sete edições consecutivas. Com o desejo de se firmar no calendário cultural da cidade, os organizadores não se deixaram abater pela pandemia de Covid-19 e, assim como tantos eventos do gênero pelo país, partiram para o formato virtual. A terceira edição teve início no último dia 14 e seguirá até 18 de janeiro, com duas galerias virtuais, além de outras atividades já realizadas dentro da programação.

Para a edição 2020, o Festival de Fotografia de Juiz de fora tem como tema “Da memória ao contemporâneo”, dividido em duas galerias. Uma delas é a “Coletivo JF”, com 132 trabalhos de 19 integrantes do coletivo que organiza o festival. A mostra reúne fotografias com tema livre, não obrigatoriamente feitas este ano. Parte do valor obtido com a venda das obras será revertida para a Apae local.

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A outra mostra é a “2020 somando esforços”, com 34 fotógrafos do Brasil e do exterior, com o objetivo de promover a reflexão sobre o difícil ano que vivemos e como ações conjuntas, por menores que sejam, podem ter a capacidade de estimular o bem comum. O Festival de Fotografia tem, ainda, a seção “Retalhos de memórias”, retrospectiva sobre as edições de 2012 a 2017 do JF Foto, com a exposição de seus catálogos virtuais e registros visuais dos eventos. Toda a programação pode ser conferida no site do festival: jffotografico.com.br.

Desafio coletivo

Um dos responsáveis pela organização do evento, o fotógrafo Paulo Soares conta que a ideia de fazer uma edição virtual surgiu em agosto, em uma conversa entre três integrantes do Coletivo JF Fotográfico, a exemplo de outros eventos. “A ideia inicial era fazer uma espécie de ‘foto solidária’, em que as pessoas enviariam seus trabalhos para vender e ajudar entidades que passavam por necessidades”, explica. “Porém, no meio do caminho, um dos membros da organização pegou Covid. Combinamos que não faríamos nada enquanto ele estivesse internado, e neste intercurso pensamos em fazer o festival para não criar o hiato, pois desde 2018 temos realizado de forma heroica, sem dinheiro. O coletivo entrou este ano com a infraestrutura que tínhamos e arcamos com os custos. Fizemos com o coração.”

A decisão de realizar o festival acabou sendo o primeiro passo para a realização de uma ambição do grupo, que é criar um modelo que misturasse o virtual com presencial em edições futuras. Para a edição deste ano, já definido o formato virtual, a organização se dividiu em grupos: um cuidou da criação do site e estrutura virtual, outro se dedicou à galeria e um terceiro ficou por conta das lives.

Olhares sobre a pandemia

O passo seguinte foi convocar os artistas. No caso do Coletivo JF Fotográfico, cada um dos integrantes poderia enviar até oito fotografias, com tema livre e caráter beneficente. Para a “2020 somando esforços”, foi feita em outubro uma convocatória nacional e internacional. “O resultado acabou sendo melhor que o esperado, pelo tempo que tivemos”, analisa Paulo. “As pessoas responderam com uma genialidade, um talento e carinho que emocionou muito o pessoal da organização, e deram ao festival deste ano uma importância ímpar.”

“Percebemos que muitas foram feitas em cenários que precisavam frequentar ou que estivessem próximas de sua realidade”, prossegue. “Não colocamos (na convocatória) que a pessoa precisava sair para fazer suas fotos. O objetivo era mostrar o lado positivo desse processo, o que acontecia próximo à vida da pessoa. Queríamos mostrar o que cada um estava observando de forma positiva nessa história.”

De acordo com Paulo Soares, realizar o festival no formato que foi possível teve entre seus resultados provocar uma mudança de paradigma dentro do grupo, ainda mais em um ano em que planejavam que o festival se espalhasse por Juiz de Fora, ocupando espaços diferenciados onde não se esperaria encontrar uma exposição.

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“Conquistamos um espaço que considerávamos complexo (o virtual) e por onde transitávamos, do qual tínhamos uma perspectiva mas onde não realizávamos nada. Foi um marco para nós, pois vai continuar existindo para 2021. Provavelmente faremos o ‘Varal de fotografias’ e outros festivais nesse formato.”

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