Proteste explica: energia elétrica mais cara ou cobrança abusiva?

Especialista orienta consumidores como realizar a contestação da fatura, caso seja necessário


Por Luiza Sudré, estagiária sob supervisão da editora Fabíola Costa

13/12/2020 às 06h55

Órgão de defesa do consumidor mostra diferença entre aumento derivado da bandeira vermelha e alta ocasionada pelo cálculo diferenciado adotado na pandemia (Foto: Fernando Priamo)

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reativou o sistema de bandeiras tarifárias na conta de luz. Dessa forma, a partir deste mês, a bandeira vermelha patamar 2, a mais alta, com custo de R$ 6,243 para cada 100 quilowatts/hora consumidos, está em vigor. A Aneel informa que a medida é justificada pela queda no nível de armazenamento dos reservatórios das usinas hidrelétricas e a retomada do consumo de energia.

Em maio, a Aneel havia definido manter a bandeira verde até 31 de dezembro, em função dos reflexos da pandemia, conforme previsto na Resolução 878/2020. Porém, em reunião extraordinária, a agência reguladora determinou a alteração dos valores praticados. Com isso, tanto os consumidores residenciais quanto os comerciais terão despesas maiores com energia elétrica.

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Entretanto, apesar da mudança de bandeira ter ocorrido apenas no início de dezembro, muitos consumidores já vinham recebendo cobranças consideradas abusivas. De acordo com a especialista da Proteste, Daniele Nascimento, inúmeros consumidores alegam estar recebendo cobranças elevadas, além do padrão, em faturas a partir de junho, com valores que praticamente triplicaram ou quadruplicaram o consumo médio. “A cobrança questionada se deu pelo fato de ter ocorrido a interrupção da leitura presencial dos medidores, o que gerou o faturamento sobre a média do consumo”, explica.

A especialista da Proteste ainda destaca a Resolução 878/2020, que prevê a cobrança conforme uma média aritmética sobre os últimos 12 meses de consumo, mas permite que os consumidores realizem a medição, por meio de fotografias do medidor, para envio do consumo real à empresa. “Essa é uma maneira de garantir a cobrança de acordo com o consumo real.”

Daniele orienta que os consumidores realizem o registro do real consumo. Caso considerem que possa haver cobrança abusiva, eles devem realizar a contestação da fatura junto à empresa, exigindo a revisão dos valores cobrados e até mesmo uma eventual visita de técnico, para que o medidor seja analisado. Além disso, é importante que o consumidor se atente à necessidade de manutenções na instalação interna, pois pode elevar o consumo. “Eventuais cobranças excessivas devem ser devolvidas. Caso não haja solução, é possível realizar reclamação junto à Aneel, por meio do telefone 167”, alerta Daniele.

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