Demora na apuração não é fato novo para os brasileiros

Por Paulo Cesar Magella

07/11/2020 às 10h00 - Atualizada 06/11/2020 às 15h50

A lentidão nas apurações dos votos de uma eleição ocorrida no dia 3 de novembro, causando expectativa entre os americanos e no resto do mundo, já fez parte da vida dos brasileiros em períodos eleitorais. Quando as cédulas eram de papel – ainda há seus defensores, por entenderem ser a única forma de verificação posterior -, a apuração levava dias. Ficando apenas no exemplo local, os ginásios do Sport, Tupinambás e Tupi tornavam-se pontos de encontro de candidatos, cabos eleitorais e comunicadores de rádios e jornais, ávidos em acompanhar a contagem voto a voto pelos mesários e as reviravoltas à medida em que as urnas eram abertas. Em 1972, quando Itamar Franco e Mello Reis se enfrentaram, num cenário de apenas dois partidos (Arena e MDB), a vitória de Itamar só se confirmou no apagar das luzes. Já em 1989, quando o radialista Alberto Bejani disputou pela primeira vez, desafiando políticos tradicionais da cidade, nos três primeiros dias ele estava no final da fila. Quando os votos da periferia começaram a ser contados, o jogo mudou, e ele ganhou as eleições. As urnas eletrônicas, ao olhar dos mais tradicionais, acabaram com esse charme, mas foram importantes, sobretudo, para se saber, já no mesmo dia, o resultado.

Paulo Cesar Magella

Paulo Cesar Magella

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade pelo seu conteúdo é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir postagens que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.



Leia também