Estabelecimentos devem ficar atentos ao uso correto do termômetro infravermelho

Dúvidas e fake news sobre riscos da utilização do equipamento na testa levaram empresas a aferirem temperatura dos clientes no pulso. Entretanto, medida é ineficaz


Por Luiza Sudré, estagiária sob supervisão da editora Rafaela Carvalho

08/11/2020 às 06h50

Segundo Anvisa, aparelho não possui radiação, e sua utilização não oferece riscos (Foto: Fernando Priamo)

Com a reabertura dos estabelecimentos comerciais em meio à pandemia de Covid-19, a utilização de termômetros com sensor infravermelho para identificar a ocorrência de febre nos consumidores se tornou comum. Conforme autoridades de saúde, a febre é um dos sintomas mais comuns da doença, e o protocolo de aferição da temperatura com o termômetro é uma das formas de prevenir a proliferação do coronavírus. Devido ao compartilhamento de falsas notícias de que, ao utilizar o termômetro infravermelho na testa, o cérebro seria afetado, muitas empresas de Juiz de Fora passaram a orientar seus funcionários a fazerem a aferição pelo pulso dos clientes. Contudo, esta não é a maneira correta de verificar a temperatura corporal.

As fake news apontavam que havia riscos de danos à glândula pineal, localizada no cérebro, com a utilização do termômetro infravermelho para aferir a temperatura da testa. Com as notícias falsas, os consumidores passaram a questionar a técnica, e também surgiram dúvidas sobre qual conduta os estabelecimentos comerciais deveriam adotar. No entanto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) garante que não há riscos, e a Secretaria de Saúde afirma que a região da testa é o local mais indicado para garantir a precisão da medida.

PUBLICIDADE

Segundo comunicado da Anvisa, os termômetros “não emitem radiação, somente captam o calor emitido pelo corpo humano na forma de radiação infravermelha. O uso do termômetro infravermelho para medir a temperatura corporal em outra parte do corpo pode levar a erro de leitura, a não ser que tal procedimento esteja explícito no manual do produto”, orienta a agência.

Orientações

A Secretaria de Saúde da Prefeitura de Juiz de Fora informou que “segue as normativas preconizadas pela Anvisa” e que “a norma técnica usada em território nacional estabelece as condições de calibração e uso dos termômetros clínicos infravermelhos, sendo a região da testa o local indicado para garantir a precisão da medida.” A pasta destaca ainda que, “com base em avaliação de referências bibliográficas, a medição de temperatura por termômetro infravermelho direcionado à testa é inofensiva ao ser humano.”

Procurado pela Tribuna, a Agência de Proteção e Defesa do Consumidor de Juiz de Fora (Procon) informou que “como não se trata de relação de consumo, o Procon não responde a essa questão.” Entretanto, conforme o órgão, se desejar, o consumidor pode solicitar que a aferição da temperatura seja feita na testa.

O consumidor que desejar obter mais informações pode procurar os canais de atendimento da Anvisa.

O conteúdo continua após o anúncio

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.