Aloízio vai priorizar emprego e quer buscar recursos externos para investimentos

Candidato também critica monopólio de ônibus coletivo urbano e propõe uso de mototáxi


Por Renato Salles

08/10/2020 às 20h06- Atualizada 08/10/2020 às 20h26

Candidato à Prefeitura de Juiz de Fora pelo PTC, Aloízio Penido (PTC) foi o terceiro postulante à Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) a ser sabatinado dentro do projeto “Voto & Cidadania”, que reúne as equipes da Tribuna e da Rádio CBN Juiz de Fora. A entrevista pontuou temas centrais do município e questionou o concorrente sobre suas propostas em áreas como educação, saúde, mobilidade urbana e segurança pública. Apesar de se dizer preocupado com todos estes aspectos, Aloízio considerou que a ação mais emergencial é garantir a manutenção de postos de trabalho e a empregabilidade. “O prefeito terá que tomar medidas de apoio ao pequeno e microempresário, para garantir o emprego e que, assim, a cidade tenha o mínimo de viabilidade”, afirmou.

Aloízio Penido foi o terceiro postulante à Prefeitura de Juiz de Fora a ser sabatinado dentro do projeto “Voto & Cidadania” (Foto: Leonardo Costa)

Do ponto de vista econômico, o candidato do PTC reforçou ser defensor de ideários do liberalismo. Contudo, considerou que, diante da inércia pela qual se encontra a cidade do ponto de vista financeiro, é necessário que o futuro prefeito tenha iniciativa para redobrar os esforços na atração de recursos. “Temos que ter capacidade de buscar recursos do Governo federal e estadual e buscar recursos no exterior de longo prazo e juros baixos”, considerou, sinalizando ter analisado possível fontes de recursos no exterior e já ter, por exemplo, conversado com representantes do Consulado de Israel no Brasil. “Eles disseram que há recursos para investimentos, mas faltam projetos sérios e homens confiáveis”, ponderou, colocando-se como opção.

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Desenvolvimento econômico
Para Aloízio, o aporte de recursos por meio de financiamentos de longo prazo possibilitaria um reequilíbrio das contas públicas e um reaquecimento da economia local. Atualmente, a cidade tem um déficit orçamentário estimulado na casa dos R$ 150 milhões. “A longo prazo, conseguimos reverter a situação da cidade e trazer desenvolvimento. Com o dinheiro circulando, a arrecadação aumenta, o comércio ganha vida *(tirar vírgulas)*e a cidade sai dessa situação de inércia em que se encontra”, afirma, considerando que o endividamento a longo prazo será contornado com o reaquecimento da economia interna e, consequentemente, o incremento da arrecadação.

Vouchers
Aloízio defendeu que a Prefeitura possa atuar como um indutor, por meio de parcerias com a iniciativa privada, inclusive em serviços tidos como essenciais, com a adoção de vouchers, para que parte dos usuários das redes públicas de saúde e de educação possam ter acesso à rede privada. Para ele, a recuperação da economia resultaria, inclusive, na atração de novas empresas. “Além de questões como o enxugamento da máquina.”

Plano de Governo
“O plano de Governo saiu de minhas entranhas e em contato com a comunidade. O detalhamento será feito com profissionais da área”, afirmou Aloízio ao longo da sabatina. Assim, foi arguido sobre propostas colocadas no planejamento protocolado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) sobre algumas destas proposições, como a intenção de criação de iniciativa chamada “Centro Vida” para oferta de consultas e exames e a adoção de ônibus equipados para levar o atendimento aos bairros. Para contornar a dificuldade com relação a recursos, Aloízio sinalizou, uma vez mais, a busca por parceiras para o uso de espaços físicos já existentes, como os de templos religiosos, por exemplo, “levando assim os serviços a pessoas mais carentes”. Neste sentido, a aposta é na filantropia, inclusive, com apoio internacional.

Trajetória pessoal
Durante a entrevista, Aloízio destacou ainda seu histórico e também falou sobre a decisão de não utilizar a denominação de “pastor” em sua campanha. “Na minha comunidade de fé, eu sou pastor. Fora, sou um cidadão. Minha profissão mesmo é professor. Na verdade, eu sou teólogo. Pastor é o nome dado ao líder de um segmento religioso de cunho evangélico. Não estou usando para não trazer a ideia de que quero ser prefeito de um segmento religioso. Sei muito bem diferenciar estes papéis.” Aloízio disse ainda que, no comando do Poder Executivo municipal, quer replicar a caminhada pessoal que desempenhou até ser candidato à Prefeitura. “Tenho uma história de superação. Órfão de pai aos 13 anos, com seis irmãos, era zelador aos 22 anos. Aos 33, já era executivo. Sou movido por desafios.”

Parceria com templos religiosos
“Na minha visão, temos que diluir a gestão para as regiões. Você pega Nova Era e Benfica, e vemos que, praticamente, temos que ter uma subprefeitura. Me inspiro no modelo que vejo no exterior, em que cada bairro tem tudo o que o cidadão precisa. Temos mães que nos procuram, e um dos problemas mais sério é a falta de creche. Vamos ter creche para todo mundo”. Uma vez mais, a aposta para a solução é a parceria com templos religiosos, com a utilização das estruturas já existentes dessas comunidades, com as adequações necessárias. “O mesmo vamos fazer com a saúde”, disse, reforçando: “o Município tem que buscar parcerias, com empresários e instituições em geral”.

Mobilidade urbana
Com relação à mobilidade urbana, Aloízio defendeu que o futuro prefeito se mobilize para negociar com o Governo federal e a concessionária para retirar a circulação de trens de carga da malha viária na cidade, liberando a ferrovia para o transporte de passageiro. “Não podemos pensar em manter o monopólio dos ônibus”. O candidato admitiu, inclusive, a possibilidade de autorizar o funcionamento de mototáxi na cidade, além de alternativas como a atração de empresas de patinetes e também com a criação de uma ciclovia no entorno do Paraibuna, com a modernização da orla do rio para práticas esportivas. “Isto é promessa para ser cumprida. Vou registrar em cartório. Todo o entorno do rio vai sofrer uma remodelação completa. Isto é o mínimo. Não precisa ter dinheiro, mas cabeça para fazer. Conversa com empresários para receber material doado e com pessoas que querem fazer, chamando a comunidade para uma parceria.”

Auditoria
Aloízio Penido defendeu que o atual contrato com as empresas de ônibus que prestam o serviço de transporte coletivo urbano seja auditado. O mesmo vale para os demais contratos do Município. “Digo mais: uma diagnose. Uma auditoria você faz para saber como está. Já a diagnose é para saber como tem que estar. Contratos terão que ser revistos, seja de concessões ou de aluguéis. Assim, as coisas vão se ajustar, e os recursos, aparecer.”

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Segurança pública
Na área da segurança pública, o candidato defendeu uma maior autonomia para a Guarda Municipal, sinalizando a intenção de preparar o efetivo da corporação para atuar em ações como as praticadas por bombeiros civis e também em ações ostensivas de segurança. Neste sentido, disse defender, inclusive, o uso de armamento letal por parte dos guardas. “Vou lutar para que a Guarda seja armada, atuando como reforço para a Polícia Militar. Principalmente, fora do Centro, as pessoas estão vivendo sob pânico”, considerou, citando a incidência em áreas periféricas de atividades criminosas como o tráfico e a milícia.

Tópicos: eleições 2020

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