Essa imprensa resultadista


Por Bruno Kaehler

07/10/2020 às 06h58- Atualizada 07/10/2020 às 07h52

Sim, a maior parte da imprensa esportiva é resultadista. Não é a primeira vez que digo isso neste espaço, tampouco será a última, infelizmente. E olha que já estamos quase em 2021 – graças a Deus – e nada mudou. Há uma insistência na opinião pós-derrota focada em apenas dois números: os do placar.

Raros são os exemplos, como o do ex-meia e atual comentarista do Sportv, Pedrinho. Dedica suas participações para aprofundar os motivos táticos, em campo, das vitórias e derrotas, das jogadas que quase resultam em gols a favor ou contra a equipe em pauta. O que, de fato, pode ser melhorado a curto prazo nos times, e não comentários genéricos, sempre repetidos, independentemente do jogo, no Brasil ou na Europa.

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Mas há casos em que não tem como fugir da cultura das críticas baseadas no 1 a 0, 2 a 1 ou 7 a 1. Infelizmente, esta parece ser a única solução para alguns exemplos juiz-foranos. O que acontece é que dois dos principais clubes da cidade, Tupynambás e Tupi, estão de volta após a paralisação por conta do coronavírus, mas sem assessoria.

Os jornalistas não podem ir aos treinos, o que é totalmente compreensível, parte do protocolo de segurança no combate à Covid-19. Mas esta proibição torna a figura do assessor ainda mais importante. Como o torcedor irá saber o que acontece em seu time se não há um profissional capacitado justamente para isto?

E logo no melhor momento do Baeta na temporada. E pelo lado de Santa Terezinha ainda se fala, nos bastidores, que o time foi qualificado para tentar o acesso à elite mineira de 2021. Soma-se isto ao fato de o Tupi sub-20 jogar hoje pela Copa do Brasil, às 15h, fora de casa, contra o Bragantino-PA. E sabe por que não há informações mais profundas e com antecedência sobre o Galinho, que tanto nos encantou nas duas últimas temporadas? Porque não nos foram fornecidas, apesar das solicitações. Não há um assessor. Não há como saber quantos e quais jogadores defendem o Alvinegro, quem é de JF, da região.

Desta forma, como será a análise do jogo? Única e injustamente pelo que for produzido durante os 90 minutos, já que a partida deve ser transmitida pelo portal MyCujoo. Isso sem falar na falta da produção de conteúdo audiovisual encaminhado aos veículos de imprensa, essencial na exposição das marcas que apoiam as equipes. A ausência do assessor é um tiro no pé.

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