Mudança de paradigma


Por Luiz Mauricio de Resende, analista de sistemas e membro da Sociedade Teosófica - GET Juiz de Fora

01/10/2020 às 06h58- Atualizada 01/10/2020 às 07h34

As destruições, individuais e coletivas, não conseguem mobilizar e sensibilizar a sociedade humana, que continua e amplia a poluição do ar e das águas, desmata predatoriamente e mata os animais sem nenhuma compaixão com os outros seres vivos, nossos irmãos. A sra. Helena Petrovna Blavatsky (que fundou a Sociedade Teosófica Internacional no final do Século XIX) já vaticinava há mais de um século: “O potencial da humanidade é infinito, e todo ser tem uma contribuição a fazer por um mundo mais grandioso. Estamos todos nele juntos. Somos um”.

É uma minoria que tem a consciência de que a vida é uma só; e a compreensão de nossa unidade com tudo e com todos em nosso planeta também não alcança a maioria. Os donos do poder e do dinheiro não se incomodam. É como cada um parece dizer: “Não estou nem aí”. A grande maioria da população não enxerga que caminhamos para uma catástrofe aniquiladora. Um capitalismo selvagem que só visa lucros materiais e estimula uma competição absurda, gerando uma enorme desigualdade social com fome e miséria espalhadas por todo o mundo.

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Penso, e ainda bem que já existe um número razoável de pessoas (mas que ainda são poucas) que pensam assim, que precisamos canalizar nossos esforços em três direções fundamentais para que a destruição fatal e final seja interrompida: desenvolvimento sustentável; combate radical à desigualdade social; educação para a alma.

O desenvolvimento sustentável poupando a natureza é um dos caminhos. A terra, a água e o ar estão sendo massacrados por uma terrível poluição decorrente da nossa maneira de viver. A criminosa matança de animais alcança níveis inimagináveis. E existem, ainda, alguns que fazem piada sobre o vegetarianismo. É impossível continuarmos assim e fingirmos que está tudo bem.

Milhões de pessoas morrem de fome, e alguns poucos têm milhões e até bilhões. É preciso combater, radicalmente, a desigualdade social em todos os cantos do planeta. Medidas paliativas e temporárias como filantropia, socorros de urgência, caridade momentânea já provaram que não resolvem o problema. A grande maioria da humanidade miserável e faminta vem gritando por socorro há muito tempo e, nem assim, é ouvida.

O descuido com a Terra e conosco tem nos conduzido a endemias e pandemias – gripe espanhola, Aids, ebola, Covid-19 -, e nem assim a sociedade humana se torna mais sensível e busca valores morais e éticos para mudarmos de rumo. Será que alcançaremos um patamar moral e ético adequado e necessário para mudarmos esta educação compartimentada, materialista e inócua, visando à ascensão das pessoas a uma convivência solidária e fraternal? Mostrar e ensinar que a verdade está dentro de cada um e abandonando a superficialidade do que está fora, do que é supérfluo e aparente. A sociedade, em especial a ocidental na qual vivemos, é fútil e consumista e só dá valor à aparência. Valoriza o ter e se esquece do ser.

Educação, saneamento e saúde para todos não podem ficar apenas nos discursos políticos, assim como uma educação que leve em consideração, além, acima e mais importante que tudo, a espiritualidade e a transcendência necessárias e fundamentais para o verdadeiro progresso dos seres humanos. Educar a alma é a solução. Com reflexão profunda e meditação caminharemos para a evolução da humanidade.

Se não houver mudança de paradigma nas direções citadas, não teremos futuro. E como conscientizar esta sociedade dopada e paralisada pela ignorância imposta pelos poderosos?

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