Desafios urbanos

Tribuna inaugura série de matérias avaliando várias instâncias da cidade, para referência dos candidatos no debate sucessório que entra em curso com o início oficial da campanha eleitoral


Por Tribuna

27/09/2020 às 06h58

Na edição deste domingo, a Tribuna inaugura uma série de matérias especiais retratando a situação do município em vários segmentos, com comentários dos candidatos e candidatas ao comando da Prefeitura – publicados na edição de terça-feira -, como etapa inicial do projeto Voto & Cidadania desenvolvido pelo Grupo Solar há pelo menos duas décadas. A primeira avaliação envolverá a situação econômica do município.

Como as demais, a cidade passa por um momento crítico em suas finanças, resultado de ações temerárias do Governo Estadual, que, por um bom tempo, não efetuou os repasses obrigatórios do ICMS, e pelo contingenciamento da área econômica federal. Juiz de Fora tem uma dívida atuarial em torno de R$ 4 bilhões, a ser paga pelas próximas décadas, mas, inicialmente, já abre 2021 com um déficit orçamentário de R$ 150 milhões. Como observa o secretário da Fazenda, Fúlvio Albertoni, “avaliar como promover uma retomada, mantendo a máquina enxuta e sem perder a arrecadação será um grande desafio.”

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A pandemia do coronavírus agravou ainda mais a crise, jogando o país numa situação em que todos os benefícios ora implementados entrarão na conta dos próximos orçamentos. Se a reforma tributária não for aprovada e com ela o Pacto Federativo, os caixas municipais ficarão ainda mais comprometidos, ampliando os desafios da administração.

O prefeito Antônio Almas avançou na reforma da Previdência Municipal e abriu espaço para uma reforma administrativa mais ampla, mas os próximos passos serão emblemáticos. A gestão das cidades exige uma avaliação holística de suas demandas, sobretudo quando são polo regional. Maior município da Zona da Mata, Juiz de Fora precisa liderar demandas de uma população aproximada de dois milhões de pessoas que aqui acorrem sistematicamente em busca de seus serviços. Ademais, num cenário em que todos estão no mesmo barco, o prefeito ou prefeita deve liderar a região na cobrança dos compromissos do Estado e da União. Sem investimentos no entorno, o impasse vai continuar.

A economia é estratégica para implementação de todos os demais projetos, indicando que uma máquina pública enxuta tem meios de efetivar com eficiência os propósitos prioritários da administração nas áreas de saúde, segurança e educação.

Caso contrário, será mais do mesmo, em que boa parte do tempo e das energias é utilizada em pequenas ações. No município, onde tudo acontece, é preciso mais.

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