Juiz de Fora tem 12.384 negativados no SPC durante a pandemia

No total, são 100.496 consumidores na lista de restrição. Para CDL-JF, realidade reflete redução de emprego e renda


Por Gracielle Nocelli

24/09/2020 às 07h00

Juiz de Fora registrou 100.496 consumidores negativados no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) até julho deste ano, conforme dados da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL-JF). Deste total, 12.384 foram incluídos na lista de restrição desde março, quando a pandemia da Covid-19 teve início. Ou seja, mas de 12 mil consumidores não conseguiram pagar suas dívidas, e, por isso, tiveram seu nome incluído no cadastro do órgão. A situação reflete a redução do emprego e da renda na cidade.

O número de pessoas com restrição ao crédito é 3% superior ao verificado em julho de 2019, quando o total era de 97.591. Para a CDL-JF, o crescimento é motivo de preocupação. “O comércio ficou fechado a maior parte do tempo. As vendas diminuíram muito durante a pandemia, o que nos mostra que o crescimento dessa inadimplência não se refere à contração de novas dívidas, mas à dificuldade desses consumidores em quitarem compromissos anteriores, seja pela perda do emprego ou pela redução da renda nos últimos meses”, avalia o presidente Marcos Casarin.

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Até julho deste ano, Juiz de Fora contabilizou a perda de 6.292 postos de trabalho, conforme informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Outro dado que exemplifica o impacto financeiro de muitas famílias é a busca pelo auxílio emergencial de R$ 600. Só em julho, 89.238 pessoas receberam o benefício na cidade, segundo o Portal da Transparência do Governo federal.

Na avaliação de Casarin, a crise econômica é a principal responsável pela inadimplência. “As pessoas querem pagar. Para elas, é importante “ter o nome limpo”. No entanto, com a redução da renda, muitas precisam optar entre quitar a dívida ou se alimentar, comprar remédios. É uma questão de sobrevivência.”

Serasa oferece renegociação de dívidas

Este mês, a Serasa iniciou uma nova edição do Feirão Limpa Nome, iniciativa que oferece descontos de até 50% na renegociação de dívidas. A ação é realizada em parceria com a Ativos S/A e a Recovery e vale para débitos associados a estas recuperadoras de crédito.

De acordo com a Serasa, a maior parte das dívidas que podem ser renegociadas são dos segmentos financeiros, comerciais e de serviços. A expectativa é que cerca de 20 mil consumidores em todo o país possam participar desta edição do Feirão Limpa Nome, que ocorre em formato on-line.

O diretor da Serasa Limpa Nome, Lucas Lopes, afirma que a ação é mais uma medida para tentar ajudar os consumidores a equilibrarem as finanças. “Temos estudado para criar novas opções que auxiliem a população a limpar seu nome neste momento de pandemia e retomar o consumo e o crédito.”

Na avaliação do presidente da CDL-JF, Marcos Casarin, a oportunidade de pessoas inadimplentes ficarem com as contas em dia traz benefício para todos. “O consumidor volta a ter crédito e poder de compra, o comércio pode vender mais e tem o aquecimento da economia”, analisa. “Quando alguém deixa de pagar uma dívida, aquela restrição é permanente com o credor, o que é muito prejudicial.

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Como participar
Para participar do Feirão Limpa Nome, é preciso acessar o site da Serasa ou baixar o aplicativo no celular. Em seguida, basta digitar o CPF e preencher um breve cadastro.

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