Juiz de Fora tem onze candidaturas na disputa por PJF
Quatro nomes se viabilizaram desde o fim de semana e impulsionaram a marca que é um recorde nas contendas eleitorais da cidade
Juiz de Fora já tem número recorde de candidaturas à Prefeitura colocadas para as eleições municipais de novembro. Até aqui, já são onze candidaturas confirmadas pelas convenções partidárias, obrigação já realizada pela maioria das legendas. A última delas aconteceu nesta segunda-feira (14), quando o PTC aprovou o nome do pastor Aloízio Penido (PTC) como postulante à cadeira do prefeito Antônio Almas (PSDB), a partir de 1º de janeiro de 2021.
Décimo primeiro a consignar seu ingresso na corrida pelo Poder Executivo municipal, Penido se junta ao empresário Wilson Rezende (PSB); à deputada estadual Sheila Oliveira (PSL), à deputada federal Margarida Salomão (PT), às professoras Lorene Figueiredo (PSOL) e Victória Mello (PSTU); à delegada da Polícia Civil Ione Barbosa (Republicanos); ao general da reserva do Exército, Marcos Felício (PRTB); ao advogado Marcos Ribeiro (Rede); ao empresário e urbanista Eduardo Lucas (Democracia Cristã) e ao servidor público federal Fernando Elioterio (PCdoB).
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Quase metade das candidaturas foi definida do último fim de semana para cá. Nesta segunda, além da aprovação do nome de Aloízio Penido, o PTC também decidiu por lançar chapa pura, tendo a advogada Fabíola Espanhol (PTC) como candidata a vice-prefeita. “Sou conservador e quero governar tendo como base o liberalismo econômico. Porém, sem esquecer dos menos favorecidos. Assim, vamos ter atenção para idosos, crianças, pessoas em situação de rua e também aquelas que necessitam de acessibilidade. Vamos ter um olhar especial para essas pessoas”, afirmou o pastor, após a confirmação da candidatura.
No último domingo, foi a vez do PCdoB, que também confirmou chapa pura na disputa pela PJF. Assim, além de Fernando Elioterio como candidato a prefeito, a composição terá ainda o ex-conselheiro tutelar Wellington Alves (PCdoB) como vice. “Queremos mobilizar toda a população em torno de um projeto de desenvolvimento social para a cidade. Não podemos repetir fórmulas do passado ou cair em promessas vazias. Queremos trazer a população para decidir conosco como aplicar os recursos do Município e ter também um foco especial com as periferias”, projetou Elioterio.
Já no sábado, foram duas convenções que resultaram na chegada de novos nomes na corrida pela Prefeitura. Em dobradinha com o Avante, a Rede Sustentabilidade lançou o advogado Marcos Ribeiro como opção ao eleitorado. A composição ainda não tem o nome de um vice. “O nosso projeto vem para romper o sistema político que impera em nossa cidade há décadas. Nossa candidatura nasceu do anseio popular por mudança. Sou o candidato que vem da periferia e trago para o cenário político o protagonismo da Zona Norte que é o coração da cidade, mas que só é lembrada em épocas eleitorais”, avaliou o candidato.
De volta ao jogo
No mesmo dia, o Democracia Cristã acertou a volta de Eduardo Lucas à disputa, após o empresário ter sido candidato a vice-prefeito nas eleições de 2016, em composição encabeçada pelo deputado federal Lafayette Andrada (Republicanos). O DC é outro que apresentou uma chapa puro-sangue, tendo o advogado João Antônio Carreira (DC) como candidato a vice-prefeito.
“É um projeto de uma vida. Como engenheiro, urbanista e me especializando em economia e finanças, sempre tive o olhar voltado para Juiz de Fora. Descendo de políticos de uma outra época, que tinham uma dedicação absoluta ao bem-estar da população e ao desenvolvimento. É exatamente calcado nestes pilares, da honradez, do bem-estar e do desenvolvimento que temos nosso projeto”, disse Eduardo Lucas, agora cabeça de chapa.
Em 2016, sete nomes disputaram o Executivo
Na última sexta-feira, quem viabilizou seu nome como candidato à Prefeitura foi o general da reserva do Exército Brasileiro, Marco Felício. Aliás, o PRTB será mais um a colocar uma chapa pura no processo eleitoral que marca a sucessão de Almas, com a apresentação do cabo licenciado da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) Paulo Tristão Pinto como vice-prefeito. “Somos puros no que tange à ideologia, no que tange ser direita. Não queremos qualquer coligação ou outra coisa que fuja dos nossos valores, que são os valores que nós temos procurado resgatar junto à nação brasileira”, sinalizou Felício.
Felício foi exatamente o sétimo candidato confirmado na disputa pela PJF, fazendo com que o número de candidaturas observadas nas últimas eleições municipais fosse alcançado já na semana passada. Com relação ao pleito de 2016, três nomes estão de volta à disputa: Margarida Salomão, Victória Mello e Wilson Rezende. Já o deputado Lafayette Andrada (Republicanos), que tentou chegar à Prefeitura de Juiz de Fora, trocou seu domicílio eleitoral para Belo Horizonte e, agora, vai disputar o Poder Executivo da capital mineira. Já o ex-prefeito Bruno Siqueira (MDB), o deputado Noraldino Júnior (PSC) e a sindicalista Maria Ângela (PSOL) estão fora da disputa este ano.
Formalização
Apesar de 11 nomes terem recebido o aval partidários para suas candidaturas, até aqui, apenas a deputada federal Margarida Salomão fez o registro de sua candidatura junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Minas Gerais. Assim, a coligação “Juiz de Fora Vale a Pena” já teve sua inscrição formalizada. Além de Margarida, a chapa protocolou o nome do vereador Kennedy Ribeiro (PV) como candidato a vice-prefeito.
Com relação aos candidatos às 19 vagas da Câmara Municipal, apenas dois partidos já fizeram o registro de seus concorrentes. Um deles é o PT, que apresentou uma composição com 27 nomes, entre eles, os atuais vereadores Juraci Scheffer (PT) e Wanderson Castelar (PT), que vão correr pela reeleição. O outro é o PSC, que terá uma chapa completa com 29 candidatos a vereador, como o ex-vereador José Emanuel (PSC), que tenta retornar à Câmara.
MDB quer posto de vice na chapa de Sheila
Entre idas e vindas, o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) trabalha em busca de um reposicionamento na política juiz-forana após perder o protagonismo na Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e na Câmara Municipal. Às vésperas do último dia (16) para deliberar sobre coligações majoritárias em convenções, o MDB ainda pleiteia contrapartidas na composição com o PSL em torno da candidatura da deputada estadual Sheila Oliveira, avalizada pelos emedebistas em convenção realizada em 5 de setembro.
De acordo com o presidente do diretório municipal do MDB, Paulo Gutierrez, a coligação majoritária, apesar de expectativas de que pudesse ter sido sacramentada no último fim de semana, deve ser fechada apenas nesta quarta-feira (16). “Temos que esperar um pouquinho ainda. Há muitas discussões em andamento. Estamos fechando agora. Na quarta-feira, que é o prazo final, definimos. As coisas precisam clarear.” A última eleição municipal em que o MDB deixou de apresentar uma candidatura própria foi a de 2004, quando, na majoritária, apoiou o candidato Sebastião Helvécio (PDT). À época, o MDB, ao menos, tinha como candidato a vice-prefeito Juraci Scheffer, vereador, atualmente, pelo Partido dos Trabalhadores (PT).
Conforme o vice-presidente do diretório estadual do MDB, José Sóter Figueirôa, também secretário-geral da sigla em Juiz de Fora, a indicação de um nome para compor a chapa encabeçada por Sheila é justamente o impasse das conversas entre MDB e PSL, ainda que o nome do vereador Júlio Obama Jr. (Podemos) já tenha sido aclamado como vice em convenção do próprio PSL. “Ter o vice não é uma condição, mas gostaríamos de indicá-lo. Nós não recebemos nenhum comunicado formal de que o Obama é o vice, mas, ao que me parece, existe um compromisso do PSL com o Obama. Ter o vice não é condição ‘sine qua non’, mas vamos negociar.”
A informação foi confirmada pelo presidente Paulo Gutierrez. “Nós encaminhamos ao PSL o nome do doutor José Armando da Silveira (ex-juiz) após a nossa convenção. Estamos aguardando. Teremos uma reunião com a Executiva do PSL na próxima quarta, quando eles vão dar a resposta.” Em contato com a Tribuna, o deputado federal Charlles Evangelista, presidente do diretório estadual do PSL, confirmou a indicação de José Armando da Silveira, mas reafirmou o compromisso firmado com o vereador Júlio Obama Jr. para ser o candidato a vice-prefeito de Sheila. “O MDB indicou sim (José Armando), mas o nosso acordo com o vereador Júlio Obama Jr. vai permanecer. Já tínhamos dado a palavra ao Obama.”
Progressistas
A exemplo do MDB, o Progressistas definirá o impasse quanto a majoritária apenas nos acréscimos. O pré-candidato da sigla, Renato Loures, está em Brasília em busca de viabilizar o apoio do presidente da República, Jair Bolsonaro, bem como o do presidente da Executiva nacional, senador Ciro Nogueira, à sua candidatura. Caso o apoio não venha, o Progressistas desistirá de lançar candidatura própria à corrida pela PJF. A candidatura de Renato é a única que pode se juntar às outras 11 na corrida pela PJF. Em caso de insucesso do presidente licenciado na Santa Casa de Misericórdia na sua empreitada na capital federal, a tendência é que a composição majoritária do Progressistas fique entre apoiar Aloízio Penido (PTC), Ione Barbosa (Republicanos) e Sheila Oliveira (PSL).
PSDB fecha apoio a Ione Barbosa
Após a desistência do prefeito Antônio Almas em disputar a reeleição e a negativa do ex-deputado federal Marcus Pestana em encabeçar uma chapa tucana, o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) apoiará a delegada licenciada da Polícia Civil Ione Barbosa (Republicanos) na corrida pela PJF. Embora tenha adiado a decisão em convenção realizada na última sexta-feira (11), a sigla finalmente renunciou à candidatura própria em reunião nesta segunda (14). Entretanto, há ainda uma questão a ser resolvida pelo PSDB: qual será o nome do vice de Ione. Dois nomes, que não foram revelados à Tribuna, foram indicados pelo partido. A escolha deve ocorrer em reunião, nesta terça.
Como adiantado pelo Painel no último sábado, o conselheiro tutelar Laurindo Rodrigues e o ex-secretário Transportes Odilon Andrade são defendidos por diferentes correntes tucanas. Conforme Lucio de Sá Fortes, presidente do diretório municipal do PSDB, o posto de candidato a vice-prefeito não foi uma exigência da sigla ao Republicanos. “Queremos deixar a Ione bem à vontade para tomar a decisão que de fato vá somar à coligação. Não queremos que ela tenha melindre algum. Te digo com toda a sinceridade que não houve essa conversa entre o PSDB e o Republicanos que trocaríamos o apoio pela contrapartida de ter o vice.”
De acordo com Lucio, a escolha por Ione dentre as candidaturas postulantes ao Executivo foi natural após os primeiros diálogos estabelecidos. “As conversas vão surgindo naturalmente e a gente vai identificando algumas convergências. O PSDB tem uma história na cidade. Se tem uma coisa que a gente conhece é a administração pública. Isso não é trivial. Não é algo fácil. Nas conversas iniciais e naquelas que ainda estamos tendo com a Ione, ela sempre se preocupou com isso, de discutir os problemas com profundidade. Tivemos a recusa do Almas e do Pestana, então, a Ione foi uma escolha natural.”
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