Novo perfil

Com a instalação de uma sede própria do Ministério Público, Terreirão do Samba deixa de ser um espaço alheio às demandas da cidade e vai precisar de mais investimentos no seu entorno


Por Tribuna

08/09/2020 às 06h59

A abertura de processo licitatório para elaboração de projeto, e posterior obra, de construção de nova sede do Ministério Público na área conhecida como Terreirão do Samba vai demandar investimentos também na infraestrutura da região, que já conta com a Prefeitura Municipal, a Justiça Federal e, em breve, o futuro foro e seus serviços. A Câmara também tinha previsão para lá se instalar, mas esbarrou nos custos, a despeito de todos os esforços na ocasião encetados pelo então presidente Julio Gasparette. Havia o terreno e o projeto, mas, num cenário de crise econômica, o processo empacou.

O Legislativo, ora instalado no histórico Palácio Barbosa Lima, optou por uma barganha com o Tribunal de Justiça, pela qual os vereadores devem se mudar para o Palácio Benjamin Colucci, quando a estrutura forense trocar de endereço. Pelo menos é o que está previsto, embora não haja garantias formais para sua consecução.

PUBLICIDADE

O Terreirão só não se transformará em Praça de Três Poderes pela ausência da Câmara, mas isso não dá margem para um equívoco que vem se consolidando no decorrer dos anos de chamar de Praça dos Três Poderes o Largo do Riachuelo, no qual o então prefeito Mello Reis inaugurou um monumento em homenagem às Forças Armadas. Elas são órgãos de Estado, mas não poderes, que se concretizam no Executivo, no Legislativo e no Judiciário. Até em informações oficiais, sobretudo ocorrências, há essa equivocada classificação.

Voltando ao Terreirão, ele já passa por intervenções, com a implantação de um viaduto que desafogará parte do trânsito da Avenida Francisco Bernardino, jogando o fluxo direto na Avenida Brasil, mas esta, por sua vez, também terá que passar por processos de mobilidade. Como as cidades são dinâmicas, o número de frequentadores da região também deverá mudar.

Nesse pacote, a próxima gestão deve abrir discussão sobre a mobilidade na área central, que já tem vários projetos em curso e outros ainda no papel. O movimento de ônibus na Avenida Getúlio Vargas, com as mudanças, deve ser revisto. Em tempos fora da pandemia, a região, nos horários de pico, fica impraticável tal o volume de ônibus. Os candidatos a prefeito, certamente, serão convidados a apresentar suas ideias, pois trata-se de uma discussão que se tornou necessária nas metrópoles

O conteúdo continua após o anúncio

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.