Eleição antecipada

A eleição municipal de novembro será marcada também pela agenda nacional, com vários projetos voltados para o pleito de 2022


Por Tribuna

27/08/2020 às 07h00

Embora o país esteja às vésperas de uma eleição municipal, quando serão eleitos ou reeleitos prefeitos e vereadores nos mais de cinco mil municípios, boa parte das articulações se dá de olho em 2022. O Governo Bolsonaro já começa a definir cidade estratégicas – especialmente capitais e do Nordeste -, já visando ao projeto de reeleição. É do jogo, como também ocorreu no ciclo petista, com investimentos em colégios eleitorais expressivos, mas capazes de ter forte influência no jogo nacional.

De acordo com matéria do matutino O Globo, as capitais Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo estão no radar do Planalto, sobretudo a capital paulista, em decorrência de o governador João Dória ser um possível rival do presidente Jair Bolsonaro daqui a dois anos. A estratégia é investir em nomes para neutralizar projetos de oposição e garantir base para o presidente.

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Em Juiz de Fora, há esse sentimento. Vários candidatos devem indexar seus projetos a Bolsonaro, sobretudo agora, quando sua popularidade voltou a subir. A questão é saber quem será o escolhido para ter as graças do presidente num cenário em que vários postulantes disputam o mesmo campo. A estratégia primária de Brasília é atuar ostensivamente no segundo turno, quando apenas dois candidatos estarão no páreo. Aí a margem de erro é bem menor.

O jogo é jogado também no campo da oposição. O Partido dos Trabalhadores atua em torno de alianças e de olho em 2022. O ex-presidente Lula, no decorrer da semana passada, chegou a admitir que o partido, pela primeira vez, pode não ter a cabeça de chapa, mas aí é outra história, pois o partido dificilmente vai atuar nesta condição.

O eleitor, além dos representantes na Câmara e da liderança do Executivo, também estará elegendo, neste novembro, projetos para o pleito nacional, o que, certamente, vai se refletir até mesmo nos discursos. Campanhas municipais comumente se concentram em demandas locais, mas tudo pode ser diferente este ano, com a nacionalização do pleito, forçada, sobretudo, pela divisão ideológica que se estabeleceu nos últimos anos.

Os primeiros ensaios são reveladores, bastando ver o embate dentro da própria direita em busca da chancela de Brasília. Os diversos candidatos ainda não chegaram a um consenso sobre quem será o preferido do presidente da República, algo diferente de outros pleitos, quando as candidaturas tinham uma preocupação voltada única e exclusivamente para as demandas caseiras dos eleitores.

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