Homicídios com uso de arma de fogo caem em JF

Dos 35 assassinatos ocorridos na cidade até julho, 60% foram praticados com tiros, segundo dados da Polícia Civil


Por Sandra Zanella

07/08/2020 às 16h33- Atualizada 08/08/2020 às 19h09

O índice de homicídios executados com armas de fogo caiu em Juiz de Fora neste ano, na comparação dos 35 assassinatos registrados até julho com as 30 mortes violentas contabilizadas no mesmo período de 2019. O levantamento realizado pela Delegacia Especializada de Homicídios foi divulgado nesta sexta-feira (7). De acordo com o delegado Rodrigo Rolli, 21 desses crimes fatais ocorridos nos primeiros sete meses de 2020, ou 60% do total, foram consumados mediante tiros. Já no ano passado, a porcentagem era de 76%, com 23 óbitos em decorrência de disparos.

“Há uma diminuição de homicídios com emprego de arma de fogo em Juiz de Fora. Isso, para nós, é altamente significativo. Primeiro, porque as forças de segurança pública fazem cada vez mais apreensões de armas. Segundo, porque a criminalidade atrelada a homicídios do passado sabe que esses crimes vêm sendo apurados. Os inquéritos estão bem estruturados, o que leva a uma condenação cada vez mais alta, fechando o ciclo da investigação e do processo criminal”, avalia Rolli.

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Segundo o inspetor Anderson Gibi, o índice de apuração dos assassinatos deste ano já atinge 92%. “Dos 35 casos, 32 estão apurados, enquanto os outros três estão em fase de relatório. Isso se deve ao grande empenho da nossa equipe, ao serviço de inteligência da 4ª Risp (Região Integrada de Segurança Pública) e ao apoio da Delegacia Regional”, destaca.

As investigações de 2020 resultaram em 44 solicitações de prisões preventivas, incluindo alguns flagrantes, e na identificação de oito adolescentes como infratores, que podem ter agido sozinhos ou com a participação de adultos. O delegado destaca o apoio do Ministério Público e do Poder Judiciário para o êxito dos trabalhos.

Rolli analisa que essa diminuição do uso de revólveres ou pistolas nos crimes violentos fatais indica também uma mudança no perfil dos assassinatos, mais passionais. “A criminalidade de homicídio hoje é muito mais momentânea e emocional do que premeditada. Além dos 21 praticados com armas de fogo, oito tiveram emprego de arma branca, dois foram causados por atropelamento, dois por enforcamento e um por agressão.”

Tentativas de assassinato

Apesar da queda observada nas mortes violentas executadas com armas de fogo em 2020, houve um aumento de 16% no número total de assassinatos em relação aos primeiros sete meses do ano anterior, saltando de 30 para 35. O acréscimo das tentativas de homicídio foi menor, de 7%, partindo de 39, no ano passado, para 42, de janeiro a julho.

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