Pelos defeitos

Por Paulo Cesar Magella

13/09/2014 às 07h00 - Atualizada 12/09/2014 às 21h50

Distante da campanha eleitoral desde o pleito de 2010, quando tentou seu sétimo mandato como deputado federal – foi eleito cinco vezes e assumiu um mandato como suplente -, o sociólogo Paulo Delgado, em entrevista à Rádio Solar, revelou suas preocupações com a disputa presidencial deste ano. Não pela qualidade dos candidatos, pois acha que os três que pontuam as pesquisas têm plenas condições de exercer o mandato, mas com o modo em que a campanha se desenvolve. Na sua avaliação, não se vê um debate de princípios. “Os candidatos procuram dossiês, ofendem os adversários, ninguém discute a qualidade. Seria mais interessante se fossem avaliados o mandato do senador Aécio Neves como governador de Minas; de Marina Silva, como ministra do Meio Ambiente, ou da própria presidente Dilma, ora no cargo. Em vez disso, porém, só se procuram defeitos. Houve um tempo em que se escolhiam as pessoas por suas virtudes. Esse debate está muito mudado no Brasil.”

Sem ofensas
Paulo Delgado adverte que o tom de campanha deve ser mudado. Na sua avaliação, a morte de Eduardo Campos e a ascensão de Marina Silva nas pesquisas deram um novo tom nas discussões. “O Governo está colocando muita tensão na campanha.” Ele lembrou a experiência de 1989, quando era um dos coordenadores da campanha do PT. “O Lula foi atacado pelo Collor de forma enfurecida, o que nos irritava. Por isso, não gosto que a presidente ataque a Marina dessa forma, pois o país tem maturidade para ser governado por qualquer um dos três.”

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