E por falar em saudade…

“O meu reconhecimento especial vai para essas pessoas com 60 anos ou mais, queridas e amadas, cheias de vitalidade, e que estão em casa por um motivo de força maior”


Por Elinete Rejane da Silva, Mestre em Qualidade Total e especialista em Desenvolvimento Humano

15/07/2020 às 06h04

Parafraseando Vinicius de Moraes, em seu poema “Onde anda você”, na busca pela sua pessoa amada, que desapareceu dos seus locais de costume, faço aqui referência e comparação às primeiras pessoas, nesta pandemia, que tiveram que privar a sua liberdade por um vírus que as deixou separadas de pessoas queridas. Que, de uma hora para outra, tiveram que se recolher em sua casa, deixando de frequentar os seus locais de costume por serem consideradas pessoas mais frágeis fisicamente perante o vírus.

Como andam essas pessoas? Como estão vivendo? Quem são elas?

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Na minha experiência diária de especialista em Desenvolvimento Humano, tenho visto nestas pessoas um grau de resiliência, de sabedoria para lidar com o seu dia a dia, com uma capacidade grandiosa de se adaptar, que ouso a pensar que temos muito a aprender com elas. E que elas podem ser consideradas frágeis fisicamente, mas mentalmente são fortes. E nos transmitem a confiança de que tudo irá passar.

Não que tenham se conformado em ficar em casa, ou são pessoas extremamente pacientes. Mesmo porque a maioria é ativa e tem agendas cheias de atividades. Mas, pela sua experiência de vida, sabem a importância de se ficar em casa neste momento. Porque, se ficarem bem, estarão protegendo a sua saúde e colaborando para que os hospitais não fiquem cada vez mais lotados, ou mesmo precisem passar por qualquer contratempo que essa doença traz para as pessoas. E, com todas essas atitudes positivas, estão contribuindo em muito com a sociedade para o controle dessa pandemia. E merecem, sim, o nosso muito obrigado.

O meu reconhecimento especial vai para essas pessoas com 60 anos ou mais, queridas e amadas, cheias de vitalidade, e que estão em casa por um motivo de força maior. Conheço muitas que estão dando um show de adaptação neste mundo tecnológico, se reinventando até que tudo volte ao normal. Em uma verdadeira atitude de resiliência, atendendo chamadas de vídeo da família, interagindo com grupos por aplicativos, fazendo cursos on-line, lendo livros, fazendo atividade física em casa com auxilio da internet e até mesmo arrumando armários esquecidos por falta de tempo. Se mantendo vivos! Longe de familiares queridos, mas ligados pela tecnologia, e que, principalmente, não estão parados. Na certeza de que essa situação é passageira e que ainda vamos matar a saudade e nos encontrar muito, nos mesmos lugares, e quem sabe nas noites e nos bares, saciando a busca do poeta Vinícius de Moraes.

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