JF Rock City realiza live solidária com três bandas locais

A pandemia do novo coronavírus tem dado oportunidade para conhecermos, em muitas situações, o pior do brasileiro. Mas também tem mostrado que a solidariedade não se deixa vencer nesses tempos de negacionismo científico, oportunismo, ganância, egoísmo e falta de empatia. Há quase quatro meses não faltam ações preocupadas em assistir aqueles que mais foram atingidos pelos mais diversos efeitos negativos da Covid-19, e uma das iniciativas realizadas em Juiz de Fora tem sido a do JF Rock City, tradicional festival que desde 2008 une música e solidariedade. E que este ano parte para sua segunda campanha, que teve início na última quarta-feira e prossegue até o próximo dia 14 com doações em dinheiro (valor mínimo de R$ 10) .

Mas o principal dia da campanha – que também aproveita para celebrar o Dia Mundial do Rock, comemorado na próxima terça-feira (13) – será este sábado (11), com o evento on-line “JF Rock City – Rock pela vida lives” e várias outras atividades. Uma delas é a arrecadação de alimentos não perecíveis no estacionamento do Cultural, entre as 10h e 20h. A partir das 16h, três bandas locais (Obey!, Acoustic N’ Roll e Martiataka) realizam apresentações ao vivo no palco principal do espaço. As lives serão transmitidas pelo canal do JF Rock City no YouTube, pelo perfil do evento no Instagram (@jfrockcity), e também nos perfis dos grupos no mesmo Instagram (@bandaobey, @martiataka e @acousticnroll), além do Facebook.

Doações presenciais e on-line

Sobre a arrecadação presencial, um dos sócios do Cultural e da produtora Gig Lab (responsáveis pela organização), Ithamar Alvim, também baixista do Acoustic N’ Roll, explica que todas as medidas de prevenção serão tomadas. A entrega dos alimentos não perecíveis e itens de limpeza será feita no esquema de drive-thru, seja por carros ou motoboys, num estande montado no estacionamento do Cultural, e tudo que for arrecado será higienizado pelo pessoal que trabalha na campanha antes de ser entregue aos beneficiados: famílias com filhos em situação de risco dos bairros de menor renda; a Life Projeto Sociais, que atende crianças carentes; e profissionais da noite (músicos, funcionários do backstage, garçons, barmen, bartenders, atendentes, hostesses e funcionários gerais do setor).

Quanto à arrecadação via Vakinha, a organização do JF Rock City destaca que o montante arrecadado será usado para a compra de cestas básicas, descontado os 6,4% (mais taxas) do site que administra a campanha e o cachê para os profissionais envolvidos na live, num total de R$ 1.300. “O crowdfunding permite maior transparência, pois as pessoas verão o quanto está sendo doado”, salienta outro envolvido na organização do “JF Rock City”, Luqui di Falco, também sócio do Cultural e da Gig Lab, além de violonista do Acoustic N’ Roll.

“A última campanha foi realizada em 18 de abril e arrecadamos quase uma tonelada de alimentos. Foi uma campanha curta, de poucos dias, e sem live, apenas um pocket show do Acoustic N’ Roll para agradecer ao pessoal pelas doações. Agora estamos com essa campanha um pouco mais longa e que estava prevista para ser em comemoração ao Dia Mundial do Rock”, explica Ithamar, lembrando que o “JF Rock City” teve início em 2008 e desde então já foram realizadas 14 edições unindo música e solidariedade, inicialmente em prol da Ascomcer e, depois, para várias instituições de Jufas.

Rock solidário e com distanciamento

Quanto às lives, Ithamar explica como vai funcionar o esquema dos shows, já pensado com as preocupações a respeito do distanciamento e isolamento social. “As bandas terão horário marcado para poder chegar ao Cultural. Uma sai e a outra chega minutos depois. Cada show terá 90 minutos no palco principal. A Obey! começa às 16h e termina às 17h30. Teremos uma hora para fazer a troca de palco, higienização e a montagem para a outra banda, a Acoustic N’ Roll, que começa às 18h30 e vai até as 20h. Aí mais uma hora para os procedimentos, e a Martiataka entra às 21h e encerra às 22h30.”

Os procedimentos de prevenção, segundo Ithamar, serão simples, mas dentro das recomendações das autoridades sanitárias. “Vamos trabalhar com uma equipe super-reduzida, apenas com os técnicos para fazer a captação e transmissão. Como o Cultural é uma casa grande, vamos respeitar o distanciamento recomendado. Temos a intenção de realizar outras campanhas para poder ajudar quem está precisando. São muitas pessoas que contam com essas doações. Não queremos demorar muito para fazer a próxima.”