Projeto Sessions Brasador: Música de qualidade ao vivo no Instagram

Com mais de 850 shows em 13 anos de duração, o projeto Sessions Brasador já teve mais de 200 artistas apresentando seus trabalhos – com preferência para composições autorais – nas três unidades do Restaurante Brasador, localizados em Juiz de Fora (Bairro São Mateus) e nas cidades fluminenses de Três Rios e Volta Redonda. Segundo a assessoria do Brasador, mais de 100 mil pessoas puderam assistir aos shows sem pagar couvert artístico nesse período.

Porém, a pandemia de Covid-19 mudou essa realidade, e com os estabelecimentos fechados, o projeto precisou se adaptar e, mesmo que não seja no palco, o público pode acompanhar os artistas nas lives realizadas todas as segundas-feiras, às 19h30, no Instagram, no perfil @brasador. A próxima, no dia 6, terá como atração Luciano Baptista, seguido por Lucinha Turnbull (13) e Alejo Quiroga (20).
Proprietário e “primeiro funcionário” do Brasador, Juliano Botti conta que, logo no início do isolamento social, as três unidades ficaram fechadas por duas semanas, esperando que destino dar para o Sessions Brasador, que costuma ter a programação definida a cada três meses – e que precisou ser cancelada, a princípio.

“Quando retornamos, não sabíamos o que ia acontecer, se toda essa situação iria demorar um mês, ou três, e quando surgiram as primeiras lives de vários tipos (shows, entrevistas), nossa equipe do marketing deu a ideia de fazer as lives do Sessions”, lembra. “No início estávamos inseguros, mas procuramos saber como funcionava, qual o melhor canal para transmitir. Fizemos a primeira em nosso canal no YouTube (Sessions), com o Guilherme Veroneze, e ficou muito bacana, mas queríamos mais, pois não era tão interativo. A segunda live já foi na conta no Instagram, com o Peagá, filho do Big Charles, e aí foi excelente, não só em termos de abrangência, mas também de interação, com as pessoas mandando mensagens”, comemora.

Sucesso a partir da insistência

O primeiro restaurante Brasador abriu há quase 20 anos, e o projeto Sessions tem 13. Como o restaurante, no início, não abria às segundas-feiras, a iniciativa dos shows serviu como chamariz para um dia da semana de movimento menor. “Foram dois anos de prejuízos, com a casa vazia às segundas, pagando cachê, entrando um ou outro cliente. A segunda é dia de descanso para os músicos, eles começaram a ir ao restaurante, e aí começou a dar certo. Toda segunda é cheia, é um dos nossos melhores dias, às vezes fica tão cheio que tem fila na porta”, reconhece, pontuando, entretanto, que o projeto, hoje, integra a ideologia do Brasador enquanto negócio.

Com pouco mais de uma década de existência, Sessions já teve entre os artistas participantes dos quase 900 shows nomes como Blas Rivera, Juarez Moreira, Flávio Guimarães, Marcel Powell (filho de Baden Powell), Victor Biglione, Nuno Mindelis e Mû Mbana, entre os mais de 200 nomes que já pisaram os palcos das três unidades nesse período. Por enquanto, o Sessions Brasador segue no esquema de lives no Instagram, mas Juliano Botti tem pensado no futuro com sua equipe. Mas sem pressa alguma.

“A nossa máxima, o nosso mantra, é ‘dia a dia para as decisões’, pois tomamos uma decisão hoje se o comércio abrir, aí amanhã fecha de novo… isso é um complicador. No caso da Sessions, não vai ser assim, ‘liberou, vamos voltar’. Quando tiver essa retomada, que acredito que seja para um público menor, de 30 ou 50 pessoas, vamos esperar a estabilização das determinações e seguir todas as regras, sem reclamar. Não vai ser fácil, mas vamos seguir.”

Juliano também considera que deve começar os shows aos poucos por outro motivo: não será, tão cedo, hora de vibrar, comemorar, festejar. “É um momento de tristeza, solidariedade, vivemos sabendo de gente que não pode lavar as mãos, que vive num barraco com oito pessoas. Isso nos deixa constrangidos em celebrar qualquer coisa agora. Este é momento de refletir a respeito de tudo, de reparar os danos, se ver como cidadão, pai, mãe, empregado. É hora de luta, do povo acordar e buscar os direitos que estão aí, a infraestrutura que não funciona. É preciso ter uma mudança de conduta, e isso vale para todos, para mim; eu tenho que de alguma maneira mudar isso – e não digo mudar o mundo, mas há as pequenas mudanças que posso fazer na minha casa, na minha rua, na minha comunidade, na empresa.”

Reconhecimento de quem faz o show

Um dos artistas que mais participaram do Sessions Brasador é o músico e compositor Dudu Lima. Ele participa da inciativa há 12 anos, tendo tocado nas três cidades, e por uma década sempre se apresentou nos espaços nos meses de janeiro e agosto. Além dos shows com o Dudu Lima Trio, também dividiu o palco com Caetano Brasil, Maestro Goianá, Juarez Moreira, Mamão e também em apresentações solo.

“É um projeto cultural da maior importância. Foram shows e noites memoráveis”, recorda Dudu. “Posso dizer que esse foco em fomentar um público, valorizar a cultura, foi fundamental para o seu sucesso. Temos filas na porta toda segunda, eu já perdi a conta das apresentações que fizemos. Também já participei do projeto das lives, que foi uma experiência muito legal, com sucesso de público. É a forma de compartilhar a arte, confraternizar com amigos nesse momento que precisamos estar distantes.”

Sessions Brasador

Lives toda segunda-feiras, às 19h30, no Instagram, no perfil @brasador