JF irá sediar fábrica da Oxis Energy

Empreendimento foi anunciado pelo governador Romeu Zema na sexta (22); operações devem ser iniciadas em 2023.


Por Gracielle Nocelli

22/05/2020 às 15h29- Atualizada 22/05/2020 às 19h26

Juiz de Fora irá sediar a primeira fábrica de células de bateria de lítio-enxofre do mundo. O produto é considerado inovador em comparação às baterias de íon-lítio, sendo utilizado para a manutenção de veículos elétricos. O anúncio foi feito pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), na sexta-feira (22), pelas redes sociais.

A empresa britânica Oxis Energy, por meio da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), assinou contrato de locação para a instalação do negócio na cidade, que terá o nome de Oxis Brasil. A fábrica irá funcionar em um galpão, de aproximadamente 20 mil metros quadrados, localizado no parque industrial da Mercedes-Benz. “Trata-se de um contrato de aluguel previsto por 15 anos”, informou a assessoria da montadora à Tribuna.

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Ainda de acordo com a Mercedes-Benz, o galpão estava em desuso. “A empresa optou pelo aluguel, uma vez que o prédio não estava sendo utilizado, e vê como positiva a possibilidade de geração de receitas e novos empregos para a população local, ainda mais em momento desafiador da economia brasileira”, afirmou em nota.

O texto destaca, ainda, que as atividades da montadora seguem normalmente na cidade. “A Mercedes-Benz do Brasil seguirá produzindo normalmente as cabinas de todos os seus caminhões nas instalações de sua fábrica mineira sem qualquer interferência por conta do aluguel.”

Projeto tem investimento de R$ 245 milhões

De acordo com Zema, os trabalhos de adequação do espaço para a produção da fábrica terão início imediato e, para isso, serão investidos cerca de R$ 245 milhões. A assessoria da Codemge informou que os projetos de engenharia estão sendo executados pela Nordika, empresa contratada pela Oxys Energy.

A expectativa é que a operação seja iniciada em 2023 com uma produção inicial de 300 mil células de baterias por ano, mas, conforme o governador, a capacidade produtiva poderá chegar a 5 milhões de células de bateria por ano. O projeto deve gerar cem empregos diretos na cidade, de alta qualificação.

No site da Oxis Energy, o CEO da empresa Huw Hampson-Jones afirma que, em cinco anos, a fábrica se tornará “um centro de excelência da produção de células de bateria de lítio-enxofre, exportando para diversos mercados internacionais: aviação, defesa, veículos elétricos pesados, veículos leves comerciais e setor naval”, diz. “Nossa objetivo é ajudar o Brasil a eliminar todos os ônibus movidos a combustão interna no período de 25 anos, o que equivale à produção de quatro bilhões de células. O Brasil possui o terceiro maior mercado de ónibus do mundo, que representa 700 mil unidades movidas à combustão em circulação.”

Escolha
No ano passado, a informação de que a primeira fábrica de células de bateria de lítio-enxofre do mundo seria construída no Brasil chegou a ser publicada em veículos da imprensa. No entanto, as publicações informavam que o negócio teria sede em Belo Horizonte. À Tribuna, a assessoria da Codemge explicou que a escolha por Juiz de Fora se deu, entre outros motivos, pela “posição geográfica e facilidade logística”, uma vez que a cidade está situada “a três horas de distância das capitais mineira e carioca, possui acesso à linha férrea e ao porto do Rio de Janeiro, e proximidade de entreposto que simplifica trâmites alfandegários. O local apresenta outras vantagens: trata-se de região com boas escolas e universidades, mão de obra especializada e ampla rede de serviços”.

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