O ano que começa
Depois do carnaval, o país abre a agenda para as necessárias e importantes discussões, que podem começar nas cidades, em que tudo acontece
A despeito do crepúsculo do bissexto fevereiro, é comum dizer que o ano só começa depois do carnaval. E este não será diferente. Os grupos empresariais, a despeito de traçarem suas estratégias no exercício anterior, só agora começam a implementar seus projetos, todos convencidos de que 2020 será bem melhor do que os anos anteriores.
Nesta edição, a Tribuna apresenta propostas que estão para sair do papel, como apostas de empresas e segmentos diversos, inclusive da política, que consideram que só agora será possível definir cenários. Há uma eleição pela frente e, mesmo sendo paroquial, envolve processos que repercutem em outras instâncias, sobretudo por sinalizarem, também, a postura das ruas e suas antecipações para 2022.
Como tudo começa nas cidades, elas são estratégicas em qualquer discussão. A infraestrutura é o ponto de referência, por ser uma demanda que o setor produtivo tem sempre em sua agenda. O país ainda tem um longo caminho pela frente, como apontam os próprios empresários. Vários investimentos são interrompidos e parados no papel pela ausência de base para sua execução. Em Juiz de Fora, um acesso rodoviário, que deveria ser construído pelo Governo do estado, foi a pedra de toque para a M. Dias Branco repensar sua prioridade. A obra empacou, e, ao surgir a oportunidade de compra do grupo Piraquê, o grupo, líder no mercado de massas, não pensou duas vezes. Foi pragmático e consolidou a aquisição.
O futuro político da cidade entrará na pauta dos candidatos tanto a uma vaga na Câmara dos Vereadores quanto à cadeira de prefeito, mas o espaço de discussão não se esgota na instância política. Como o ano começa agora, outros segmentos devem ser instados a avaliar o mercado, até mesmo para elaborarem uma agenda a ser encaminhada aos candidatos. Não dá para ficar em silêncio e reclamar depois.
A cidade tem que ter espaço para o desenvolvimento, mas o ideal é repetir a unidade encontrada por prefeitos e lideranças na cobrança de obras para recuperação dos efeitos das chuvas. Unidos, chamaram o Governo do estado e o da União para colaborarem na solução. Unidos, esses mesmos atores podem definir um crescimento integrado da região. Não dá para falar no crescimento isolado de Juiz de Fora, deixando seu entorno à míngua. Uma região forte e rica em investimentos é o desejo comum, pois todos ganham.