Estradas e rios
Rodovias que cortam a região têm sinais de baixa manutenção, indicando à instância política a importância de se colocar a discussão em sua agenda
A situação das rodovias estaduais que cortam a região é preocupante. Tanto na MG-133 quanto na MG-353 há problemas em decorrências das chuvas que atingem o estado desde meados de dezembro, tendo se intensificado em janeiro. Há trechos interditados por conta de desmoronamento de pistas, levando a um aumento do percurso para os usuários. Para o setor produtivo, a medida – e não há outra – aumentou os custos. O escoamento da produção agrícola é a face mais emblemática por conta das consequências: há redução na oferta, e os preços foram majorados.
Os temporais apontaram também para um outro ponto. A combinação entre estradas e rios mostrou-se problemática. Exceção feita aos de maior porte, cuja transposição é feita por pontes, os riachos são captados por manilhas que nem sempre suportam a vazão. As águas ora invadem as rodovias ora levam de roldão o que encontram pela frente. Foi assim na altura da cidade de Tabuleiro e também – um pouco mais além – entre as cidades de Coimbra e Ervália. A lição a ser tirada é a necessidade de se rever projetos, a fim de evitar a repetição do problema que leva até mesmo a tragédias, como a morte de uma pessoa cujo carro foi levado pela correnteza.
Não é de hoje que se discute a recuperação da malha rodoviária da região, sobretudo após a construção do Aeroporto Regional Presidente Itamar Franco, entre as cidades de Goianá e Rio Novo. A discussão sobre a sua transformação em terminal industrial esbarra na qualidade das vias que lhe dão acesso, não apenas pela situação da pista e das pontes, mas também pela falta de duplicação. Em alguns pontos não há, sequer, áreas de escape e muito menos sinalização adequada.
Com os episódios em decorrência das chuvas, abre-se espaço para a retomada deste debate, pois até mesmo a AMG-3085, ligando a BR-040 à MG-354, diante do excesso de carros para lá desviados, já tem problemas. E trata-se de uma rodovia incompleta, pois não foram feitas as adequações necessárias para manter as fontes da Represa João Penido e muito menos o trevo na altura da Barreira do Triunfo. Provisoriamente aberto para inauguração da via, tem cara de obra permanente, a despeito dos riscos com seus pontos cegos.
Trata-se de uma agenda importante para prefeitos, vereadores e deputados. O cenário é preocupante, e não há qualquer sinalização de plena recuperação das vias, devendo ocorrer – diante do velho discurso da crise econômica – apenas obras paliativas, dando margem à repetição do problema quando as chuvas voltarem.